terça-feira, 31 de março de 2009

"ÍNDICE DESTE BLOG DE MARÇO 2009" (clique nos links)

pertinência e dúvida

Li isto hoje num blog:

"Um país dirigido para um futuro que não se deseja é um presente em ruínas."

E nós, o que faremos, então?

segunda-feira, 23 de março de 2009

A Escola e a Letra": escritores brasileiros e suas influências (livro)

Organizado por Flávio Aguiar e Og Doria, o livro "A Escola e a Letra" (lançamento da Boitempo Editorial), reúne texos de autores brasileiros buscando captar a influência que a escola desempenhou em suas obras. "Quase todo escritor brasileiro tem um professor, um colega, um pedaço de escola a recordar e que aí, ou com esse personagem, se deu algo da escolha de escrever”, resume Flávio Aguiar. "A Escola e a Letra" será lançado dia 19 de março, em Porto Alegre, e dia 1° de abril, em São Paulo.

Redação - Carta Maior

Quais impressões os mais importantes escritores brasileiros levaram da escola? De que forma os processos de aprendizagem pelos quais passaram deixaram marcas em suas obras? As respostas podem ser descobertas na leitura dos cinqüenta textos que compõem o livro A Escola e a Letra, organizado por Flávio Aguiar e Og Doria, e publicado pela Boitempo Editorial.

São contos, crônicas, trechos de romances e memórias que juntos, formam um panorama dos pontos de vista de autores como Machado de Assis, Monteiro Lobato, Mário de Andrade, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Érico Veríssimo, Rubem Braga, Clarice Lispector, Osman Lins, Rubem Fonseca, Vinícius de Moraes, Nélida Piñon, Moacyr Scliar, João Ubaldo Ribeiro, Luis Fernando Verissimo, entre outros, sobre a escola.

O livro tem lançamentos marcados para Porto Alegre e São Paulo. Na capital gaúcha, ocorrerá no dia 19 de março (quinta-feira), a partir das 19 horas, no Teatro da Casa de Cultura Mário Quintana (Rua dos Andradas, 736, 6° andar). Haverá leitura de textos por Flávio Aguiar, Luiz Augusto Fischer e Maria Helena Martins. Em São Paulo, o lançamento será no dia 1° de abril, na Choperia do Sesc Pompéia (Rua Clélia, 93, Pompéia), com leituras de Flávio Aguiar, Afonso Romano de Sant'Anna, Boris Schnaiderman, Ivan Angelo e Roniwalter Jatobá.

Dividido em quatro partes, o livro está organizado em blocos, por data de publicação dos textos em livros e jornais. São eles:

I – Antes de tudo o mais, que focaliza os povos nativos antes da chegada dos europeus, embora por meio de um texto literário escrito posteriormente;

II – Os tempos coloniais, com textos que vão do século XVI ao final do XVIII;

III – O Império, no qual se encontram textos sobre o tempo em que este era o regime vigente no Brasil, escritos durante o período ou depois dele;

IV – A República, com textos que abrangem as diferentes fases e ditaduras compreendidas dentro do período republicano, de sua instauração aos dias de hoje.

Nas palavras de Flávio Aguiar: “O leitor que empreender a travessia desses textos em seu conjunto sairá com a impressão de que quase todo escritor brasileiro tem um professor, um colega, um pedaço de escola a recordar e que aí, ou com esse personagem, se deu algo da escolha de escrever”.

"A Escola e a Letra" tem projeto gráfico de Ricardo Ohtake e foi padronizado pelas regras do novo acordo ortográfico.

Trecho da apresentação de Flávio Aguiar

“Seja por que prisma for, irônico, trágico, cômico ou lírico, a evocação da escola aparece na pena (hoje teclado ou tela) de um grande número de escritores como a renovação de um compromisso de origem dentro de um processo geral de mudança ou modernização, assolados que somos por tais esforços desde os tempos coloniais.”

Ficha técnica
Título: A Escola e a Letra
Organização: Flávio Aguiar e Og Doria
Projeto gráfico: Ricardo Ohtake
Apresentação: Flávio Aguiar
ISBN: 978-85-7559-114-7
Preço: R$ 49,00

FONTE : http://www.boitempoeditorial.com.br/publicacoes_imprensa.php?isbn=978-85-7559-114-7&veiculo=Agência%20Carta%20Maior

VEJA NOS BLOGS DO PROF.ANTONIO OZAÍ

Geração "Look at me"

Tenho Orkut, MSN, vários blogs, grupos e participo de redes sociais:
Café História, Plaxo, Unyk e Multiply. Mantenho vários emails e, claro, conta no YouTube, álbuns de fotos no Picasa e rádio na LastFM.
Embora esteja próximo ao cinqüentenário, sou da geração Look at me (Olhe para mim).
>>> http://antonio-ozai.blogspot.com/2009/03/geracao-look-at-me.html

Em LITERATURA POLÍTICA & SOCIEDADE:
Carta de Paulo Freire aos professores
por Paulo Freire
http://antoniozai.blogspot.com/2009/03/carta-de-paulo-freire-aos-professores.html

Assista no blog CULTURA & CIÊNCIA POLÍTICA:

Classe média
Vídeo de animação para a música "Classe média", do cantor brasileiro Max Gonzaga http://cienciapolitica-dcsuem.blogspot.com/2009/03/classe-media.html

MENESTREL - William Shakespeare - Interpretação Moacir Reis http://cienciapolitica-dcsuem.blogspot.com/2009/03/menestrel-william-shakespeare.html
No blog BLUES, JAZZ, MPB e ETC, você pode ouvir os grandes mestres do blues, jazz e a ótima música brasileira de Chico Buarque

VOCÊ CONCORDA COM ESTE PROJETO DE LEI DO SENADOR CRISTOVAM BUARQUE?

Projeto obriga político a matricular filho em escola pública

MS Notícias

18-Fev-2009

O ex-ministro da Educação e senador Cristovam Buarque apresentou projeto de lei no Senado que determina a obrigatoriedade de políticos eleitos matricularem seus filhos nas escolas públicas, como forma de comprometê-los com a melhoria da qualidade de ensino no País. A proposta, apresentada em 2007, prevê a implementação da medida até 2014.
Pode-se estimar, segundo o ex-ministro, que os 64.810 ocupantes de cargos eleitorais - vereadores, prefeitos e vice-prefeitos, deputados estaduais, federais, senadores e seus suplentes, governadores e vice-governadores, Presidente e Vice-Presidente da República - deduzam um valor total de mais de 150 milhões de reais nas suas respectivas declarações de imposto de renda, com o fim de financiar a escola privada de seus filhos alcançando a dedução de R$ 2.373,84 inclusive no exterior. Considerando apenas um dependente por ocupante de cargo eleitoral.

\"Além de deixarem as escolas públicas abandonadas, ao se ampararem nas escolas privadas, as autoridades brasileiras criaram a possibilidade de se beneficiarem de descontos no Imposto de Renda para financiar os custos da educação privada de seus filhos\", diz o senador, na justificativa do projeto.


Confira a íntegra do projeto e da justificativa:


PROJETO DE LEI DO SENADO Nº , DE 2007

Determina a obrigatoriedade de os agentes públicos eleitos matricularem seus filhos e demais dependentes em escolas públicas até 2014.

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Art. 1º Os agentes públicos eleitos para os Poderes Executivo e Legislativo federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal são obrigados a matricular seus filhos e demais dependentes em escolas públicas de educação básica.

Art. 2º Esta Lei deverá estar em vigor em todo o Brasil até, no máximo, 1º de janeiro de 2014.

Parágrafo Único. As Câmaras de Vereadores e Assembléias Legislativas Estaduais poderão antecipar este prazo para suas unidades respectivas.

JUSTIFICAÇÃO

No Brasil, os filhos dos dirigentes políticos estudam a educação básica em escolas privadas. Isto mostra, em primeiro lugar, a má qualidade da escola pública brasileira, e, em segundo lugar, o descaso dos dirigentes para com o ensino público.

Talvez não haja maior prova do desapreço para com a educação das crianças do povo, do que ter os filhos dos dirigentes brasileiros, salvo raras exceções, estudando em escolas privadas. Esta é uma forma de corrupção discreta da elite dirigente que, ao invés de resolver os problemas nacionais, busca proteger-se contra as tragédias do povo, criando privilégios.

Além de deixarem as escolas públicas abandonadas, ao se ampararem nas escolas privadas, as autoridades brasileiras criaram a possibilidade de se beneficiarem de descontos no Imposto de Renda para financiar os custos da educação privada de seus filhos. (...)

LEIA NA ÍNTEGRA EM : http://www.cristovam.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=2540&Itemid=2

ABSURDO TOTAL NA CAMPANHA TELEVISIVA DO "TODOS PELA EDUCAÇÃO"

Voltei só para comentar o absurdo que ouvi numa das últimas propagandas do "TODOS PELA EDUCAÇÃO". A moça com cara e traje de normalista da década de 40 ou 50
para ser um pouco menos cruel, simplesmente é focalizada em closed para dizer :
" Diretor,programe o reforço escolar de seus alunos" está na constituição e coisa e tal... respondam-me, como o diretor poderia fazer o reforço sem verba? como contrataria pessoal preparado para esses reforços!?
Será que a normalista que aterrissou aqui trazida pela máquina do tempo de um passado distante, saberia decifrar este enigma!?

Nadia Stabile - 23/03/09

ESTUDANTES E REDES SOCIAIS - E A BLOGOSFERA

Enquanto os professores trabalham em três escolas e não tem tempo de utilizar a Internet,os estudantes usam ,e conversam com muitos amigos pelo MSN, pelo Orkut e etc.
Talvez os estudantes percebam antes dos professores que as redes virtuais podem lhes trazer muito mais integração com o meio do que frequentar a escola!

Ivan Illich previa que as redes iriam surgir e talvez desbancassem pra valer as escolas! e isto já está acontecendo! Eu pessoalmente tenho adquirido muita coisa boa conversando com amigos, com profissionais de outras áreas!! em qual escola eu poderia trabalhar e ter contato com tanta gente com profissões diversas da minha!?

Os jovens já perceberam isso há muito tempo, acho hiper positiva esta interação que a web proporciona a todos! Há muitos jovens blogueiros, e isto é extraordinário, pois sendo blogueiro,surpreendentes experiências podem ocorrer!

A blogosfera tem tido um papel social incrível! inclui pessoas que nunca seriam incluidas em espaço algum! e além disso desenvolve, organiza o intelecto dos jovens!
Acho que seria uma boa proposta educacional, os professores começarem a propor aos estudantes fazerem blogs, os professores teriam ali um ótimo portfólio do processo intelectual de seus alunos ,e ainda os alunos poderiam avaliar facilmente o processo
de seus colegas!

Só pra lembrar, a blogosfera é uma rede de troca de conhecimento muito eficiente!

Nadia Stabile - 23/03/09

A ERA DO COPIA E COLA!?? É ESTA A NOSSA ERA!?

Muitos dizem que esta nossa era será lembrada como a era do copia e cola!
Na realidade temos nas mãos máquinas que copiam dados! nossos PCs!
Os estudantes estão sendo enrolados faz tempo neste ponto, bem antes da Internet existir, o copia e cola já existia!
Quando será que a escola voltará a ser um local de troca de conhecimento!?
de criação ou produção de conhecimento (melhor dizendo)e de mudança da realidade!?
Será que ela ruirá antes disto!?

Se são os professores que propôem aos alunos fazerem pesquisas, não souberem como utilizar a Internet e como utilizar o conhecimento ali veiculado para transformar a realidade, de nada servirá a Internet!
Pensemos no desperdício que é,estudantes não saberem aproveitar esta nova tecnologia!!
Se queremos continuar sendo professores, ou melhor,grandes educadores!! temos de nos compenetrarmos que a infantilidade de fazer de conta que algo não existe...é total
incompetência e falta de humanização!
Assim como há muito tempo, os educadores fazem de conta que a tv não existe, desta vez isso não poderá acontecer,pois significará a morte da escola!

Nadia Stabile - 23/03/09

PAPAGAIOS DE TODO TELEJORNAL PODERIAM SER BEM ENCAMINHADOS!

A música "Classe Média" do compositor e intérprete Max Gonzaga,que venceu um festival na Tv Cultura, diz que a classe média é papagaio de todo telejornal. Mas não é só a classe média que faz isso! sabemos bem!
Talvez a classe média tivesse mais capacidade para além de ser papagaio ser um pouco mais crítica! é o que se supõe, mas não é a realidade! talvez as pessoas de classes mais baixas teriam até muito mais condições para serem críticas,por terem mais vivências difíceis, e então teriam mais sabedoria de vida!
Mas o que quero escrever aqui hoje tem a ver com o aproveitamento destes papagaios!
Imaginem que fatos sobre nossa educação chegassem aos ouvidos desses papagaios! e que estes fatos fossem alarmantes, muito alarmantes mesmo! para os boatos correrem como mísseis entre as pessoas!! digamos que seria um verdadeiro golpe de marketing daqueles bem escabrosos! com isso deixaríamos as pessoas com suas orelhas em pé!!
Mas como fazer isso sem utilizar a mídia de massa!?
Como poderíamos colocar as pessoas pra pensar sobre educação!?
Para pensarem sobre suas próprias formações educacionais também!

Me parece que os educadores talvez tenham de assumir, mais do que nunca,seus papéis de comunicadores!
Proponho para os leitores deste blog e para os colaboradores que pensemos saídas para mobilizarmos a população!
Por exemplo, esta ideia aqui surgiu por causa da proposta de alguns daqui sobre mobilizar o povo em relação ao tal projeto do Senador Cristóvão Buarque, que pretende que os dependentes dos políticos estudem em escolas públicas.
Alguns alegam ser um verdadeiro disparate isto ainda não ocorrer e que seria comparável a um dono de restaurante que nunca almoça em seu restaurante!

Brasil, o país das grandes piadas!

Nadia Stabile - 23/03/09

ESTUDANTE NÃO É PEIXE EM AQUÁRIO!

Estudante não é peixe em aquário, mas é assim que é visto e tratado!
A escola retira quase que totalmente o aluno de seu contexto, dá-lhe uma vida artificial , num ambiente totalmente irreal.
Separa os estudantes de outras pessoas muito importantes para suas vidas!
Projetos que educam dentro da cidade...conheço um aqui em São Paulo, não de perto,mas podemos perceber que este projeto tenta integrar os jovens e crianças o máximo que pode ao bairro, que no caso é a Vila Madalena.
Este avanço para se consolidar teria de ter a cooperação de todos os cidadãos!
Mas como? A mentalidade das pessoas está no centro disto!
O tal do slogan do governo "Todos pela educação", mero blá-blá-blá,com uma campanha equivocada e nojenta,totalmente fora de nossa realidade,mostra-nos assim na cara, que governo não entende nada de educação, que o MEC anda mais pra lá do que pra cá!

E assim,a velha tragicomédia da educação brasileira continua firme e forte! porque no Brasil não existem cidadãos, existe sim um aglomerado de pessoas sem objetivos comuns!
O capitalismo tardio corroeu tudo! Nós que trabalhamos e que nos preocupamos com a educação é que temos de fazer algo! e muito rápido de maneira certeira! sem titubear!
O que seria isso? sim, o que seria? Esta resposta só surgirá quando todos perceberem que a resposta está em todos nós e não em só um!
Isto é um dos cernes da Educação democrática, ninguém tem a resposta, TODOS A TEM!!
Todos os educadores cidadãos precisam urgentemente botarem adiante sua cidadania!! para poderem não mais tratarem estudantes como peixes em aquários!

Nadia Stabile - 23/03/09

O QUE EDUCAÇÃO TEM A VER COM CIBERCULTURA? E NINGUÉM SABE TUDO!

Se considerarmos que educadores devem estar com os dois pés e a alma em seu tempo e espaço,veremos que educação e cibercultura têm tudo a ver!!
O educador é o cara que educa,e portanto se ele não se educa primeiro,fica impossível e até ridículo ele querer transformar os estudantes se ele próprio não consegue transformar-se!
Estamos passando por grandes mudanças culturais, sociais exatamente por causa deste novo boom tecnológico! Assim como a escola já foi atingida pela era da televisão,e antes ainda,a era do rádio, hoje esta era da Internet sacode de vez todos os paradigmas embolorados,e isto é muito bom porque se os educadores não perceberem que precisam transformar-se mais do que nunca,muitas coisas ruirão de vez, e aí a desconstrução se efetivará de uma vez por todas! Sou daquelas que torcem para as porcarias ruierem mesmo! alicerces ruins não prestam para nada!
Educador que é mesmo educador,dá bons exemplos! A humanidade não precisa de mais exemplos ruins! "Educadores" de carreira são aqueles que só pensam em suas profissões como um emprego, mas ser educador está bem além disso,há a vocação, o talento,assim como um artista!que enxerga sua arte como algo vital,como algo ideal!
E a cibercultura está aí para fazer dos educadores grandes moderadores e talvez ajudar a derrubar o paradigma de que professor sabe tudo e nunca pode reconhecer que não conhece tal fato e que então junto com os estudantes irá pesquisar no maior centro do conhecimento que a humanidade já conheceu!!a Internet!
Se os professores admitissem perante seus alunos que não sabem alguma coisa que seja,derrubariam o mito do professor sábio e que é quase um Deus de uma determinada área do conhecimento! que coisa ridícula! que desserviço ao desenvolvimento intelectual dos estudantes e que hipocrisia! Professor tem o direito de não saber!
ninguém sabe tudo!

Nadia Stabile - 23/03/09

quarta-feira, 18 de março de 2009

Para discutir sustentabilidade com crianças.

Este comercial argentino é um bom gancho para uma conversa sobre atitudes individuais de sustentabilidade com crianças. Ele mostra de forma bem concreta que somos todos responsáveis pelo meio ambiente e que precisamos rever nossos hábitos, mesmo os mais inocentes, se quisermos viver em um planeta saudável para todos os seres vivos.

sábado, 14 de março de 2009

Hackers, monopólios e instituições panópticas - Sérgio Amadeu da Silveira

Poder, governança e vigilância na Internet

Um excelente artigo sobre disputas de poder, monopólio, vigilância e governança na Internet, apresentado por Sérgio Amadeu no congresso da Intercom, em Setembro de 2006.

Hackers, monopólios e instituições panópticas

Por Sérgio Amadeu da Silveira

Introdução: Velhos Direitos, Novas Violações e a Ambiguidade das Redes.

A comunicação mediada por computador e a digitalização intensa de grande parte dos conteúdos de expressão – textos, sons ou imagens — ampliaram as possibilidades das grandes organizações – Estados, companhias transnacionais e redes criminosas – de observar e rastrear o comportamento e o cotidiano dos cidadãos. A comprovação empírica dessa afirmação pode ser encontrada exatamente nos Estados Unidos, um dos países com grande tradição na defesa da privacidade e, ao mesmo tempo, a nação com o maior número de computadores e internautas. Em Dezembro de 2005, o jornal The New York Times divulgou que presidente George W. Bush teria autorizado o NSA (National Secutity Agency) a realizar milhares de escutas telefônicas e scaneamento de e-mails sem a prévia autorização judicial. O governo alega que a Lei USA Patriot, aprovada no fim de 2001, permite a espionagem de pessoas sem consulta ao Judiciário, pois isto seria indispensável para um combate ágil e eficaz ao terrorismo.

No mês de maio de 2006, o site de buscas Google, recusou-se a entregar ao Departamento de Justiça norte-americano uma lista contendo palavras e sites pesquisados por todos usuários durante uma determinada semana. O governo já vinha utilizando as bibliotecas para captar informações sobre o que as pessoas consultam. A Lei USA Patriot permite tais ações de rastreamento. É notável que antes mesmo dos ataques de 11 de Setembro, o FBI (polícia federal norte-americana) já scaneava e-mails que transitavam pelos backbones (redes de alta velocidade) e seus roteadores instalados nos Estados Unidos. Esta prática de vigilância ocorria a partir de um sistema chamado Carnivore que permitia ler todos os e-mails e copiar aqueles que continham determinadas frases e palavras-chaves. É importante ressaltar que mesmo denunciado no parlamento por organizações da sociedade civil, tais como a EFF (Eletronic Frontier Foundation) e EPIC (Eletronic Privacy Information Center), o Carnivore violou e-mails de cidadãos americanos e também de estrangeiros. Todas as mensagens “suspeitas” que tiveram o território norte-americano como rota de passagem foram violadas.

Talvez muito mais do que os Estados, algumas poucas corporações estão buscando legitimar a alteração no imaginário social sobre o espaço da privacidade em um mundo inseguro. Empresas que controlam algoritmos embarcados nos códigos de programação computacional, amplamente empregados como intermediários da comunicação contemporânea, tais como sistemas operacionais, estão realizando intrusões em computadores pessoais sem que nenhuma reação revoltosa seja noticiada. A tecnologia DRM (Digital Rights Management) usada para tentar impedir o uso não autorizado, denominado “pirata”, de softwares, games, vídeos, filmes e músicas, está permitindo que em nome da defesa do copyright seja destruído o direito a intimidade e a privacidade.

Além disso, o caráter transnacional da rede de comunicação mediada por computador, coloca o problema sobre a definição das regras básicas de operação da rede que são definidas por protocolos de comunicação, padrões e pela estrutura dos nomes de domínios. Emerge a questão da governança da Internet que envolve a disputa entre cinco grandes interesses não necessariamente contrapostos: dos comitês técnicos que definiram até agora os protocolos da Internet; dos Estados nacionais; das corporações de Tecnologia de Informação; da sociedade civil mundial e das várias comunidades hacker; e o interesse do Estado norte-americano. Uma série de decisões aparentemente técnicas que afetarão a privacidade e o anonimato dos internautas estão sendo debatidas e poderão ser adotadas sem que os cidadãos do planeta, que utilizam a Internet, tenham a mínima possibilidade de debatê-las ou mesmo de recusá-las. Se for definido que o protocolo de comunicação básico entre as milhares de redes deverá ter como o padrão o fim do anonimato na comunicação, isto afetará completamente a forma como conhecemos a Internet hoje.

Estes exemplos reforçam a necessidade de observarmos mais atentamente a relação entre comunicação, tecnologia e mudança social. Também indicam que a comunicação mediada por computador, por seu caráter transnacional, afeta cidadania e exige a reconfiguração dos direitos para uma vida coletiva no ciberespaço. Sem dúvida, a rede mundial de computadores tem servido às forças democratizantes para compartilhar não somente mensagens e bens simbólicos, mas também conhecimentos tecnológicos que estão gerando as possibilidades distributivas de riqueza e poder extremamente promissoras. Exatamente nesse contexto, que um conjunto de mega-corporações atuam para manter e ampliar em uma sociedade informacional os poderes que detinham no capitalismo industrial. Para tanto, precisam conter a hiper-comunicação pública e torná-la comunicação privadamente controlada, substituindo a ideia de uma cultura livre pela cultura da submissão ou do licenciamento.

Algumas Considerações Sobre a Noção de Cidadania.

John Perry Barlow, um dos fundadores da Eletronic Frontier Foundation, escreveu a A declaration of the Independence of Cyberspace, em fevereiro de 1996, como reação ao Ato de Decência nas Comunicações, uma lei que visava o controle de conteúdos na Internet, proposta pela administração do presidente norte-americano Bill Clinton. Barlow foi enfático: “Governments of the Industrial World, you weary giants of flesh and steel, I come from Cyberspace, the new home of Mind. On behalf of the future, I ask you of the past to leave us alone.” Apesar do seu apelo, dez anos depois é preciso constatar que ele não foi atendido, nem pelos Estados nacionais, nem pelas mega corporações. Isto porque o ciberespaço não existe descolado do mundo material. A Internet depende da infra-estrutura lógica e física que está sobre o comando de pessoas e empresas que habitam os territórios controlados pelos velhos gigantes estatais, os Leviatãs.

Sem dúvida alguma, a Internet representa uma mudança de paradigma das comunicações e é vista por uma série de teóricos como a maior expressão da chamada revolução das tecnologias da informação (CASTELLS). A supremacia da comunicação baseada na difusão, a partir de um ponto, está sendo substituída pela comunicação em rede. A Internet assegura a possibilidade de qualquer cidadão disputar a atenção da rede para seus sites, blogs ou mensagens. A net é um meio técnico com características intrínsecas que permitem a democratização da criação de conteúdos. Considerando ainda que a Internet é uma rede transnacional baseada no fluxo de dados, que transitam sobre um mesmo conjunto de protocolos e regras de codificação e decodificação de códigos, fica evidente que os Estados nacionais não teriam o controle total do fluxo de conteúdos, como ocorre no caso da TV e do rádio. O fluxo da Internet pode originar-se fora do território nacional. A lei nacional tem enorme dificuldade de ser executada se um provedor de conteúdo que hospeda um site de pedofilia encontrar-se hospedado em um país distante.

Todavia, existem possibilidades de controle de conteúdos e de aplicações que são realizadas por meio da própria tecnologia. É preciso relativizar a idéia de que os Estados não possuem formas de bloquear e até mesmo controlar determinados fluxos da Internet. O governo autoritário da China filtra conteúdos e impede o acesso a determinados sites porque controla os dois backbones por onde transitam todos os dados que entram e saem do país. Desconhecer estas possibilidades de controle significa abandonar a jornada da humanidade na luta pela legitimação do direito à livre comunicação como um dos direitos fundamentais do homem e do cidadão. É olhar somente para as promessas democratizantes da comunicação mediada por computador e esquecer de sua face panóptica. É desconsiderar a gravidade do fato do Google organizar buscas censuradas para poder ter acesso ao mercado chinês, prática já realizada pelo Yahoo e MSN.

Donna Haraway, em sua brilhante reflexão feminista, qualificou o momento em que vivemos como a “transição das velhas e confortáveis dominações hierárquicas para as novas e assutadoras redes (…) de ‘informática de dominação’”. (HARAWAY, p.65) As redes possuem uma linguagem comum entre as máquinas e estas são intermediários indispensáveis para as linguagens naturais humanas, em um ambiente de comunicação via máquinas de processar dados. O jurista Lawrence Lessig já havia alertado, no final dos anos 1990, que no ciberespaço o código tem o mesmo papel de uma legislação. (LESSIG). Exatamente pelos intermediários tecnológicos que Estados autoritários e neo-autoritários (falo dos Estados Unidos), bem como gigantescas empresas imperiais do capitalismo informacional tentam controlar os cidadãos.

Weissberg denunciou a contradição existente entre o desejo de uma comunicação cada vez mais transparente e desintermediada, a partir do dinamismo e do potencial interativo da Internet, e a realidade de sua operação. Por isso, afirmou que “o objetivo de supressão dos intermediários se transforma, conforme seu próprio movimento, em criação de uma nova camada de mecanismos mediadores que automatizam a mediação.”(p.123) Mas como fica a noção de cidadão em um mundo cada vez mais transnacionalizado e com a comunicação mediada por padrões e códigos (softwares) que são apresentados por instâncias definidas como técnicas e distantes dos mecanismos de controle democrático?

Aqui é necessário enfrentar pelo menos duas questões: primeiro, a da evolução da cidadania; segundo, a questão do papel da comunicação e da tecnologia para a mudança ou permanência das relações sociais.

Segundo vários autores, podemos definir “cidadania” como o direito a ter direitos. T. H. Marshall observando a evolução do conceito na Inglaterra, defendeu existir direitos de primeira e segunda geração. Para Marshall, primeiro teriam surgido os direitos civis e depois os políticos (séculos XVIII e XIX). Uma segunda geração de direitos surgiram no século XX e conformariam os chamados direitos sociais. Apesar de acusada de etnocêntrica e linear, a proposição de Marshall passou a ser referência para a observação da mutabilidade histórica da cidadania. Nesse sentido, alguns teóricos observaram o surgimento na segunda metade do século XX dos direitos de terceira geração, ou seja, direitos de grupos, de minorias e etnias, direitos difusos que ganham força em todo o mundo. Questões como o direito ao meio ambiente, o feminismo e a defesa do consumidor, são incorporados em várias legislações e discursos políticos. (LISZT)

A comunicação transnacional mediada por computador coloca a necessidade de reivindicar novos direitos? Como reivindicar novos direitos em um ambiente transnacional? Mas não seria um exagero exigir deliberação democrática e debate público sobre as funcionalidades de sistemas, códigos e protocolos considerados técnicos pelas indústrias de TI e pelo senso comum?

Vamos verificar um caso concreto que interferirá no cotidiano de todas as pessoas do planeta que utilizam e cada vez mais dependem da rede mundial de computadores. O protocolo de comunicação da Internet chamado IP (Internet Protocol) permite o endereçamento de dados entre todas as redes que a compõem. A versão deste protocolo que permitiu a expansão veloz da rede por todo o planeta é denominada de IPv4 e está sendo substituída por uma nova versão, o IPv6. Entre os vários motivos de criar uma nova versão estão as razões de segurança. O IPv6 permite que os cabeçalhos dos pacotes de dados sejam assinados digitalmente por chaves criptográficas. Estas chaves servem para identificar o autor das mensagens. Pois bem, se for definido que o padrão de comunicação entre redes será a identificação criptográfica de todos os pacotes, então a Internet terá suprimido o anonimato na comunicação. Suponha que boa parte ou a maioria dos cidadãos dos vaŕios países do mundo sejam contra o fim do anonimato na Internet. Como influenciarão esta decisão? A quem recorrer? Qual será o fórum de decisão? Ou continuaremos a acreditar que estas decisões são meramente técnicas?

Guarinello coloca-nos um ponto extremamente relevante: “Há, certamente, na história, comunidades sem cidadania, mas só há cidadania efetiva no seio de uma comunidade concreta, que pode ser definida de diferentes maneiras, mas que é sempre um espaço privilegiado para a ação coletiva e para a construção de projetos para o futuro.”(p.46) O problema é que a Internet por ser transnacional não se enquadra facilmente no terreno onde a cidadania tem conseguido avanços, ou seja, nos espaços nacionais.

Entretanto, Liszt Vieira aponta que “recentes concepções mais democráticas pretendem dissociar completamente a cidadania da nacionalidade. (…) Por esta concepção, seria possível pertencer a uma comunidade política e ter participação independente da questão de nacionalidade.”(p.32) Mark Poster avança e questiona: “podem os novos meios de comunicação promover a construção de novas formas políticas não amarradas a poderes territoriais e históricos? Quais são as características dos novos meios de comunicação que promovem novas relações políticas e novos sujeitos políticos?”(p.328)

Talvez uma boa linha de investigação tenha sido lançada por Benedict Anderson quando afirmou que a nação é uma comunidade imaginada. Os meios de comunicação foram fundamentais para a constituição da idéia moderna de nação. A partir dessa perspectiva, Gustavo Lins Ribeiro defende que do mesmo modo que “Benedict Anderson mostrou, retrospectivamente, a importância do capitalismo literário para a criação de uma comunidade imaginada que evoluiria para tornar-se uma nação. Sugiro que o capitalismo eletrônico-informático é o ambiente necessário para o desenvolvimento de uma transnação.” (p.469)

A emergência de uma “comunidade transnacionalmente imaginada”, nos dizeres de Ribeiro, exige o aparecimento de lealdades superiores a dos Estados Nacionais, forjadas a partir do ciberespaço. Nesse contexto, Mark Poster vê a possibilidade de surgimento de uma espécie de cidadão planetário: “o net-cidadão pode ser a figura formativa num novo tipo de relação política, que partilha a lealdade à nação com a lealdade à Internet e aos espaços políticos planetários que ela inaugura.”(p.329)

Comunicação, Tecnologia e o Mito da Neutralidade.

O problema da cidadania, em um cenário de globalização e transnacionalidade, coloca-nos diante da necessidade de enfrentarmos a discussão do papel das comunicações e das tecnologias da informação nos processos de mudança e permanência das relações sociais. Dominique Wolton escreveu:

“Se uma tecnologia da comunicação desempenha o papel essencial, é porque simboliza ou catalisa, uma ruptura radical da ordem cultural ocorrendo simultaneamente na sociedade. Não foi a imprensa que, por si, transformou a Europa, mas sim a ligação entre esta e o profundo movimento que subverteu o poder da Igreja Católica.” (WOLTON, 2003, p.32)

Para Wolton, as tecnologias de informação e os meios de comunicação não criam revoluções, ao contrário, são utilizados pelos processos revolucionários ou mudancistas. Sem dúvida, não foi a revolução industrial que criou o capitalismo, mas sem dúvida alguma, o domínio da tecnologia da máquina assegurou a primazia sobre o processo de apropriação da riqueza produzida e, este domínio econômico, gerou mais poder sobre a sociedade. Os capitalistas não poderiam impor suas relações de produção se não incorporassem a forma mais produtiva e avançada de geração de bens materiais.

Wolton vê nas promessas em torno das tecnologias da informação as mesmas ilusões que geraram prognósticos otimistas para os impactos da TV, do Rádio, do satélite, do cabo, no convívio humano. O teórico francês não percebeu que a TV e todas as formas do paradigma de difusão não têm nenhuma relação com as tecnologias da informação. Estas são mais do que formas de comunicação intensa e múltipla, são também tecnologias da inteligência (LÉVY) que ampliam as possibilidades de transformar informações em conhecimento. São tecnologias que reivindicam um comportamento interativo e se baseiam na proliferação da cópia. Permitem fundir sons a imagens e estas a textos, sendo multidirecionais e capazes de armazenar bilhões de dígitos na mesma máquina receptora e transmissora de mensagens.

Ao afirmar que “a técnica não é suficiente para mudar a comunicação na sociedade”, Wolton pode estar desconsiderando dois importantes elementos: um histórico e outro teórico. Primeiro, a tecnologia da informação nasceu no âmbito do cálculo e do processamento de dados. Somente depois que o computador tornou-se uma ferramenta de comunicação. De um projeto militar no cenário da Guerra Fria, o paradigma da computação em rede surgiu e foi reconfigurado inúmeras vezes por cientistas, hackers e pensadores da contracultura californiana (CASTELLS). Assim surgiu a Internet real, tal como a conhecemos hoje. É inegável que sua expansão está mudando a face das comunicações no planeta. E a comunicação em rede é completamente distinta do broadcasting.

Segundo, talvez a insistência de Wolton em afirmar que a tecnologia não muda a sociedade guarde a concepção de que as tecnologias são socialmente neutras. Técnicas quando inventadas sempre guardam decisões de quem as criou. Muitas delas podem ser reconfiguradas, outras têm o uso ambíguo, como a Internet, mas nunca são criadas sem objetivos, de modo neutro. É exatamente esta a questão que aqui discuto. Decisões sobre a arquitetura das redes e seus protocolos estão sendo tomadas por engenheiros, mas têm grande impacto social e podem limitar ou ampliar a liberdade da comunicação entre as pessoas. São decisões de grande impacto público, portanto, adquirem relevância política, mesmo que tenham sido tomadas por comitês técnicos.

Considerar que determinadas tecnologias guardam potenciais revolucionários, não significa também assumir a proposta de McLuhan. Mattelart criticou a supremacia que McLuhan dava ao meio. Sem dúvida, o meio condiciona, mas dificilmente poderá determinar os conteúdos. São visíveis os exageros de McLuhan quando advogou que “o grande abalo que rompeu o corpo da comunicação e a desmembrou teve lugar na Idade Média. Se a Igreja perdeu posição nessa época, se ela aí perdeu sua unidade mística, foi por causa da tecnologia.”(MATTELART, p.103) Por outro lado, é necessário reconhecer que a invenção de Gutenberg viabilizava a proposta de doutrinadores da Reforma que queriam romper com os intermediários entre o homem e Deus, entre a portador da fé e os escritos sagrados. A impressão de tipos móveis “baniu o estilo de vida comum em favor de uma comunidade massiva onde cada indivíduo pode se tornar um leitor e onde a leitura se torna uma experiência privada.” (idem, p.103)

Em outro texto mais recente, Wolton parece reconhecer a magnitude e a complexidade da comunicação em rede e aponta um problema que indica a necessidade da deliberação pública sobre os caminhos da comunicação mediada por computador, principalmente, a Internet: “É no que o tema da sociedade da informação é perverso: ele homogeneiza tudo e faz desaparecer o homem por de trás dos fluxos de informação. Numa economia do signo, tudo é possível. Cabe então ao homem inventar seus próprios limites.”(WOLTON, 2004, p.155)

Conclusão: Concentração de Poder e Cultura Hacker

Carlos Afonso, um dos pioneiros da Internet no Brasil, ao comentar o debate sobre a governança da Internet na Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, ocorrida em duas fases, Genebra, em 2003, e Túnis, em 2005, afirmou:

“Os equívocos de alguns participantes do debate global vão desde acreditar que o tráfego de conteúdo passa pelo sistema de servidores-raiz até pensar que as funções de governança da Internet como um todo deveriam estar sob a alçada da UIT (União Internacional das Telecomunicações). A ICANN também costuma ser apresentada como uma organização global, o que é verdade apenas numa pequena parte e, em termos legais, não o é de forma alguma. A ICANN está sujeita às leis federais dos Estados Unidos e às leis do estado da Califórnia, e o seu poder de governança da Internet está limitado por vários contratos e por um Memorando de Entendimento (ou MoU, na sigla em inglês) envolvendo o governo dos EUA, a ICANN e a principal operadora do sistema global de nomes de domínio, uma empresa privada chamada Verisign.” (AFONSO, p.11)

O que mais chama a atenção na crítica de Carlos Afonso não é a ignorância de alguns participantes, mas o grande poder do governo norte-americano sobre um dos órgãos técnicos que definem regras da comunicação em rede. Por outro lado, este poder não está apenas no contexto da governança da Internet, pois uma sociedade em rede ou informacional exige um conjunto de intermediários e de decisões técnicas de enorme impacto sócio-planetário.

A concentração de poder comunicacional na sociedade da informação poderá ser muito maior do que a ocorrida com a mídia de massas na sociedade industrial. No ano de 2002, mais de 90% dos computadores pessoais do mundo utilizavam o sistema operacional de uma única empresa norte-americana, a Microsoft. O sistema operacional é o principal programa de uma máquina de processar informações. Ele define como a máquina deve agir, como deve alocar a memória, que tipos de programas podem ou não podem ser instalados nela, entre outras funções. “Por dominar a linguagem básica dos computadores, esta empresa também passou a dominar o mercado de navegadores web (browser), uma vez que passou a vender o browser junto com seu sistema operacional, desbancando todos os outros existentes.”(SILVEIRA, p.157)

Mark Poster alerta-nos que a saída para a democratização da sociedade informacional está na construção de novas estruturas políticas fora do Estado-nação em colaboração com as máquinas.”(p. 322) Ou seja, é na formação de um movimento de opinião pública planetário, transnacional, no ciberespaço com consequências em todos os territórios, pois para Poster não há como criar processos decisórios mundiais. Poster acredita que “a nova ‘comunidade’ não será uma réplica de uma ágora, mas será mediada por máquinas de informação. Portanto, o exigido é uma doutrina dos direitos da interface homem/máquina.”(p.322)

Para construirmos a idéia de novos direitos de caráter planetário, será fundamental observarmos a cultura hacker que esteve presente desde o nascimento e em toda a expansão da comunicação baseada nas redes informacionais. A Internet evoluiu aberta, vencendo tentativas de apropriação privada de seus elementos principais, exatamente pela forte influência dos hackers em seus processos vitais. A cultura hacker também está escrevendo uma das mais contundentes críticas a opacidade dos códigos e ao bloqueio do fluxo de conhecimento tecnológico na sociedade da informação. Dela nasceram movimentos como software livre e fenômenos como a maior enciclopédia do mundo, a wikipedia.

Ao estudar a cultura hacker, o filósofo finlandês Pekka Himanen escreveu:

“A ética de trabalho dos hackers consiste em combinar paixão com liberdade, e foi essa a parte da ética dos hackers cuja influência foi sentida com maior intensidade.” (…) “um terceiro e crucial aspecto da ética dos hackers é a atitude dos hackers em relação às redes, ou seja, é a sua ética da rede, que é definida pelos valores da atividade e do cuidar. Atividade, nesse contexto, envolve a completa liberdade de expressão em ação, privacidade para proteger a criação de um estilo de vida individual, e desprezo pela passividade frente à procura pela paixão individual. Cuidar significa aqui a preocupação com o próximo como um fim em si mesmo e um desejo de libertar a sociedade virtual da mentalidade da sobrevivência que tão facilmente resulta de sua lógica.” (p.126)

Os hackers do movimento de software livre estão enfrentando as companhias que buscam monopolizar no planeta o controle dos intermediários da comunicação (softwares, códigos e protocolos da comunicação em rede). Estas companhias alegam que seus direitos de propriedade estão acima de todos os demais direitos, inclusive da liberdade de conhecer, do uso justo de uma obra protegida pelo copyright, do direito à privacidade, à segurança e ao anonimato. Enfim, estamos em uma novo terreno. Dele emanam a reivindicação de novos direitos, direitos de comunicação, de liberdade de expressão e da possibilidade democrática de tomar decisões em uma sociedade em rede, virtual ou ciberespacial. O debate mal começou.

Sérgio Amadeu da Silveira é doutor em ciência política e professor de pós-graduação da Faculdade Cásper Líbero.

FONTE: http://dalberto.wordpress.com/tag/software-livre/.

Blog do Sérgio Amadeu da Silveira : http://samadeu.blogspot.com/

folhas de papel de arroz

uma das experiências mais legais na minha adolescência
era assistir à série televisiva Kung Fu junto com meu pai.
ele se divertia muito com as histórias geniais em que
David Carradine era o protagonista!
meu pai era um homem rude,ou nem tanto...
não andava à cavalo quando íamos para Campos do Jordão em férias,
porque dizia ter pena dos pobres animais!
e ao mesmo tempo mostrava-se revoltado e altamente indignado com
absurdos,injustiças e aí punha-se a relembrar os feitos de Stalin,
as pessoas que eram colocadas contra os paredões e metralhadas!
dizia ele que para certas coisas não há saídas além dessa!

porém,quando meu pai assistia Kung Fu,eu chegava a sentir
o enorme senso de justiça e humanidade que existia dentro dele!
pois chegava mesmo a sentir-se o próprio Kung Fu... ao ir a favor da força
do oponente e assim desequilibrá-lo,desbancá-lo...
Kung Fu nesta série simbolizava para mim e para meu pai,uma grande saída para a humanidade consertar-se! e o mais importante! sem destruição, sem violência gratuita, sem agressões, mas utilizando a verdadeira filosofia oriental de vida!
o protagonista era um "nômade",um grande caminhante que por onde passava,
resolvia vários problemas locais! e além de tudo ele sabia caminhar sobre folhas de papel de arroz sem rasgá-las! isto simbolizava para mim algo muito especial!
e hoje muito mais!... para meu pai...talvez isto tivesse muito a ver com seu amor pela natureza,com sua postura inconformada das atitudes destrutivas
dos homens em prol da ganância! as folhas de papel de arroz que também servem pra se fazer xilogravuras,são mesmo muito frágeis e delicadas,e talvez meu pai as rasgasse só de pegá-las!

é incrível constatar como uma boa série televisiva pode marcar nossas vidas!
e como os meios de comunicação poderiam ser muito bem utilizados!

Nadia Stabile - 14/03/09

quarta-feira, 11 de março de 2009

TRISTEZA INFANTIL - JULIANA MARIA




Hoje conheci um menino de seis anos que tentou se matar.
Duvidei da possibilidade monstruosa dessa ação ter sido arquitetada por ele sem a influência do mundo adulto, pois não posso conceber a idéia de uma criança pensar por conta própria em exterminar sua jovem vidinha cheia de caminhos e porvires e tentar, de fato, fazê-lo.
Aos seis anos, não se tem a noção do existencialismo nem a consciência de concretude da própria vida e que dá para acabar com ela. Isso tudo é muito complexo para uma criança.

Hoje na escola muitos comentavam, horrorizados com a notícia, que ele poderia estar brincando, aprendendo coisas novas...
E está: aprendeu o que não dá certo quando o assunto é Suicídio.
Aprendeu também que homens, como seu pai, saem de casa sem avisar e não voltam mais e que mulheres, como sua mãe, choram e praguejam na frente dos filhos o abandono físico e moral.
E também aprende todos os dias que deve ficar sentado numa carteira, quieto, ir ao banheiro somente duas vezes em seis horas de aula em horário pré-determinado, que não deve emprestar seu material para o coleguinha que esqueceu de trazer e que brincadeira tem hora (e não é na escola), mesmo para quem tem seis anos, pois estão ficando grandes, afinal, já estão na PRIMEIRA série.

A tristeza do menino é urgente.
É sofrimento o que move a vida dele em cada gesto e atitude, inclusive no aprendizado.

Agora, é a vez de surgirem novas possibilidades para ele parar de sofrer. E a escola teria que se mostrar como uma dessas possibilidades, um espaço de acolhimento e diversão (no sentido não corrompido da palavra, ou seja, não como o oposto de obrigação, mas como um complemento inseparável). O problema é que a escola pública também está se suicidando, mesmo com novas propostas pedagógicas que em nada combinam com a estrutura fracassada em que ainda funciona.

Hoje o menino de seis anos tentou se matar e eu pergunto, quem se responsabiliza?

Sobre Suicídio Infantil:
Pouco se tem falado ao longo dos tempos sobre esse assunto, aliás, dei um google e não encontrei muita coisa. Assunto quase inexistente.
Será que hoje em dia o conceito de morte está mudando para as crianças ?

segunda-feira, 9 de março de 2009

Simetria, Reversibilidade e Reflexividade

A antropologia tal como a conhecemos assenta sobre três polaridades conceituais que poderíamos chamar condicionantes ou congênitas: as oposições entre Primitivo e Civilizado, Indivíduo e Sociedade, e Natureza e Cultura. Virtualmente todos os debates teóricos e distinções escolásticas importantes do século passado giraram em torno do peso relativo de cada um dos pólos dessas três dualidades na definição do objeto próprio da disciplina. Nos últimos anos do século, entretanto, tais polaridades foram o alvo de uma crítica cerrada e entraram em crise terminal. Hoje, elas não mais definem o horizonte da disciplina. Com isso, finda uma fase histórica das ciências humanas.

Além dessas dicotomias, a antropologia freqüentemente se assentou também sobre uma forte e obsessiva procura da ordem. A análise social era uma tentativa de enquadrar pessoalidades em pessoas, socialidades em sociedades, era integrado. A lei, a estrutura, o fucionamento e a moralidade permitiram à antropologia moderna entender alguns aspectos da vida social, mas agora o resultado analítico vinculado a olhares ancorados de modo rígido em conceitos totalizadores e sistematizadores aparece como deficitário. Essa rigidez aparece - cada vez mais - como mero reflexo da moralidade, lei e sistema político do Ocidente, ou melhor, como reflexo de um Ocidente baseado mais no contrato, no pai, e na regra, do que na imanência das variações e na multiplicidade da experiência. Esse novo olhar, assim, não é uma proposta para a antropologia de tentar entender agora os povos, ou diversas situações, como um pastiche desconexo (não seria isso o correlato pós-modernista ocidental do reflexo feito pela antropologia moderna sobre seu objeto?). Um novo olhar, talvez, é a proposta de uma análise que não tenha apoio único e definitivo no momento da lei, da ordem e do controle estatal, social ou cultural.


Trata-se hoje, pois, de tentar responder à seguinte questão: em um terreno histórico e teórico onde se torna cada vez menos pertinente a distinção entre Primitivo e Civilizado (ou Eles e Nós, “observado” e ”observador”), Indivíduo e Sociedade (ou Parte e Todo, “micro” e “macro”) e Natureza e Cultura (ou Uno e Múltiplo, “realidade” e “representação”), que relevância continua a ter a idéia tradicional de “antropologia social” ou “cultural”? Para além disso, que relevância pode ter a idéia mesma de antropologia, uma vez que tanto o anthropos - enquanto totalidade transcendental - quanto o logos - enquanto prática de conhecimento supostamente privilegiada - estão sob suspeita? É preciso que nos decidamos de uma vez por todas a ir além dessa disciplina, ou bastará livar-nos simplesmente dos adjetivos que a caracterizam? As respostas - esta é a nossa aposta - implicam a elaboração de uma linguagem conceitual alternativa, centrada nas idéias de rede (que dissolve a distinção entre parte e todo), multiplicidade (que desloca o dilema da unidade e da pluralidade), e simetria ou simetrização (que extrai todas as conseqüências da falência do contraste entre primitivo e civilizado).

* Ressalte-se que, de fato, a idéia de simetrização talvez seja preferível à de simetria. Simetrização indica uma prática, em oposição à simetria (latouriana, mas não apenas), que pode trair um a priori conceitual fundado na idéia de um cancelamento progressivo das diferenças, quando na verdade se trata de exponenciar as diferenças, torná-las intensivas e ondulatórias.


A elaboração de tal linguagem alternativa não é tarefa fácil, nem consensual. Pois as transformações radicais ocorridas no campo da antropologia “sociocultural” ao longo das três últimas décadas parecem ter se refletido muito mediocremente em seu ensino e em suas formas institucionais de organização e divulgação. Em relação ao primeiro ponto, Tim Ingold já observava, desde 1996, (“Preface” a Key debates in anthropology, p. IX), que parece haver “uma distância cada vez maior entre a antropologia tal qual é praticada e o modo pelo qual a disciplina é publicamente apresentada e ensinada aos estudantes. Por que supor que todos os grandes debates (...) tiveram lugar no mais distante passado?”. Diagnóstico que é provavelmente verdadeiro para muitas das outras disciplinas que ocupam esse vago campo denominado ciências humanas. E que, por outras e consabidas razões, é ainda mais provavelmente verdadeiro no que concerne ao ensino da antropologia (e demais ciências humanas) no Brasil. (...)

LEIA MAIS EM : http://abaete.wikia.com/wiki/Simetria%2C_Reversibilidade_e_Reflexividade

Universidade e o mito da sociedade - IVAN ILLICH

"O sistema escolar de hoje desempenha a tríplice função, própria das poderosas igrejas no decorrer da História. É simultaneamente o repositório do mito da sociedade; a institucionalização das contradições desse mito; o lugar do rito que reproduz e envolve as disparidades entre mito e realidade. O sistema escolar, hoje, e sobretudo a universidade, oferece grande oportunidade para criticar o mito e para rebelar-se contra suas perversões institucionais. Mas o rito que exige tolerância das fundamentais contradições entre mito e instituição ainda permanece inquestionável, pois nem a crítica ideológica e nem a ação social podem fazer surgir uma nova sociedade. Unicamente o desengano seguido de uma ruptura com o rito social central e a reforma desse rito pode trazer mudanças radicais"

Ivan Illich, "A Ritualização do Progresso" em Sociedade Desescolarizada

FONTE : http://abaete.wikia.com/wiki/Cita%C3%A7%C3%B5es_e_Ep%C3%ADgrafes#Universidade_e_o_mito_da_sociedade

Espaço: abordagem inovadora - As ideias de "Milton Santos"

A obra de Milton Santos é inovadora ao abordar o conceito de espaço. De território onde todos se encontram, o espaço, com as novas tecnologias, adquiriu novas características para se tornar um conjunto indissociável de sistemas de objetos e sistemas de ações.

As velhas noções de centro e periferia já não se aplicam, pois o centro poderá estar situado a milhares de quilômetros de distância e a periferia poderá abranger o planeta inteiro.

Daí a correlação entre espaço e globalização, que sempre foi perseguida pelos detentores do poder político e econômico, mas só se tornou possível com o progresso tecnológico.

Para contrapor-se à realidade de um mundo movido por forças poderosas e cegas, impõe-se, para Santos, a força do lugar, que, por sua dimensão humana, anularia os efeitos perversos da globalização.

Estas idéias são expostas principalmente em sua obra A Natureza do Espaço (Edusp,2002).

LEIA MAIS SOBRE SUAS IDEIAS EM :
http://www.direitos.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=2324&Itemid=25

quarta-feira, 4 de março de 2009

ESCOLA ,PROFISSÃO E CIDADANIA

"...Quando Foucault compara a escola com os manicômios e os presídios, está defendendo que todos esses instrumentos do Estado são utilizados de forma arbitrária..."
...Fechar as escolas e abrir as portas dos presídios e manicômios...
...O manicômio, a clínica, o presídio e toda arqueologia descontínua das ... e de confinamento estudadas por Foucault (a escola, a fábrica, o presídio, o hospital..."
***********************************************************************************
Hoje resolvi escrever por causa de uma proposta do Prof. Ozaí num de seus blogs sobre por que ter um blog? e por que escrever? Este exercício que pratico quase sempre, tendo como testemunha um professor universitário, ou vários, que eu nem imagino se algum outro leia, além do Prof.Ozaí!...
Então escrevo porque me faz bem escrever! escrevo porque sinto-me mais cidadã,participando mais do contexto que vivo! esta interação me faz muito bem! e é sobre este ponto que gostaria de escrever hoje! Como coloquei acima palavras em negrito que referem-se as ideias de Foucault!
A palavra CONFINAMENTO é uma das mais significativas sobre o que quero escrever !
Infelizmente ainda vivemos o confinamento em muitas situações de nossas vidas!
"Guetos" de idosos nos asilos, "Guetos" de crianças nas escolas,"guetos" de operários na fábricas,"guetos" de presidiários nas cadeias! Estes "guetos" que na maioria das vezes formam-se independentemente da vontade de seus membros,ou muito pelo contrário...as pessoas são CONFINADAS mesmo como disse Foucault!
Aquela frase que diz que a educação tradicional faz com que as pessoas percam-se de si próprias,para mim é absolutamente verdadeira! pelo simples fato de que para começar, se somos retirados de nosso habitat (contexto) normal, natural, e trancados num outro contexto fragmentado, e desarticulado do contexto geral, acabamos nos tornando um nada, para a gente mesmo e para a sociedade em que vivemos!
Concordo totalmente quando Foucault diz que escolas, presídios,manicômios e etc, são instrumentos do Estado utilizados de forma arbitrária. Porque sempre que há atitudes exercidas de cima para baixo, por tanto de forma autoritária,só pode haver arbitrariedade pois não são atitudes,resoluções,surgidas da integração e interação dos grupos interessados!
A questão profissional ,vital para qualquer um de nós, acaba tornando-se uma tragédia para a maioria das pessoas,posto que por ser questão intrinsecamente ligada ao contexto das pessoas,e estas perdendo-se de si próprias e de sua própria realidade...acabam por sentirem-se sem quase nenhuma, ou nenhuma mesmo, utilidade,função,serventia para o funcionamento natural da sociedade! Pois se é na escola que colocamos muitas expectativas de vida e de profissionalização inclusive, e esta não funciona como deveria, mas muito pelo contrário, nos acomete de brutais rupturas com o meio, produzindo indivíduos confinados e sem mentalidade de cidadãos...
causa-nos a triste constatação lógica! se "educamos" crianças para serem cordeiros, não poderemos querer que no futuro elas se tornem abelhinhas! Abelhinhas !!! pois estas sabem viver em coletividade de forma invejável!!

Quando será que começaremos a reverter estes absurdos !?
Quando será que aprenderemos a fazer uma auto-análise de verdade e constatarmos que nossa vida escolar e universitária foi (e ainda é) um caos!? que nossos empregos são outro caos!?
Que nossa sociedade é um caos!? e que para resolvermos transformar tudo isso que está aí,
precisaremos ser "abelhinhas","formiguinhas",que trabalham em conjunto para um bem comum,e que nem precisam de universidades, ou escolas, ou presídios e manicômios!
elas só precisam da vontade de trabalhar e de fazerem aquilo a que foram destinadas!
NOSSA MISSÃO!! QUAL É?

Nadia Stabile - 04/03/09

domingo, 1 de março de 2009

StreS'sNet: Tesouros da Igreja Ortodoxa

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