sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Tese: MAURÍCIO TRAGTENBERG E A PEDAGOGIA LIBERTÁRIA - ANTONIO OZAÍ DA SILVA
Autor: Antonio Ozaí da Silva
Tese: MAURÍCIO TRAGTENBERG E A PEDAGOGIA LIBERTÁRIA
Orientador: Nelson Piletti
Instituição: Universidade de São Paulo (USP)
Ano: 2004
Resumo: Este trabalho analisa a contribuição de Maurício Tragtenberg, enquanto intelectual engajado, à Pedagogia Libertária. No capítulo primeiro apresentamos um esboço biográfico. No seguinte, analisamos o autodidatismo e a sua práxis no espaço da informalidade (entendido aqui como o espaço externo às instituições e ao ensino formal), em especial sua militância enquanto escritor envolvido com o mundo do trabalho e as lutas sociais. No terceiro capítulo, estudamos a sua obra intelectual, produzida e orientada para e no espaço formal da instituição acadêmica; os aspectos libertários e a sua contribuição enquanto produção intelectual vinculada ao movimento social. Não se teve a pretensão de fazer uma análise definitiva, mas apenas apreender em que medida sua obra se vincula ao projeto pedagógico libertário. No último capítulo, analisou-se o que ele escreveu sobre a universidade e a educação, sua crítica e proposta pedagógica e, também a sua práxis como docente e intelectual, partícipe do campo acadêmico. Examinou-se os seus escritos sobre educação, a sua prática como educador e os vínculos com a Pedagogia Libertária e a Pedagogia Crítica.
Disponível em http://www.4shared.com/file/76216035/366bce7d/DOUTORADO.html
FONTE : http://mauricio-tragtenberg.blogspot.com/
A importância da literatura para o homem de cultura universitária, qualquer que seja sua especialização (clique aqui e leia mais)
A mensagem literária dirige-se hoje para um homem que vive numa época de especialização, que exige o culto às ciências naturais como o único digno de si. Partindo dessa premissa, uma evidência nos aponta: encontramos médicos, engenheiros e advogados, mas não o “homem” inserido nessas profissões. Essa especialização diferencia-os do resto da humanidade. Submergidos em suas atividades estes não têm oportunidade para serem no meio dos homens, “iguais entre iguais”.
A especialização é o signo de nossa época. O gigantesco desenvolvimento do conhecimento nas ciências naturais, a centralização de esforços dos Institutos Universitários em torno das pesquisas físicas longe de prescindirem de um sentido humano à sua atividade, colocam-no com mais dramaticidade.
É o espantoso desenvolvimento das ciências naturais que revela o fato do homem achar-se num período de transição. Os velhos valores fenecem e os novos não foram ainda encontrados. Esse vácuo é preenchido pela incerteza do homem quanto ao seu destino.[1]
Numa época de especialização [2], a literatura define os ideais de um período de crise e transição. Daí toda grande obra literária ser de um período de transição (veja-se a importância da mensagem de Dante, Dostoievski ou Kafka).
Pois é nesses períodos que se põe dramaticamente ao homem essa interrogação: qual o sentido de sua vida, qual a significação do mundo que o cerca?
O médico, engenheiro, advogado, encarnam especializações necessárias ao exercício de suas atividades, mas têm em comum, um atributo, o de serem humanos e o de enfrentarem idênticos problemas numa sociedade em transição.
Somos filhos de uma sociedade individualista e liberal e caminhamos para um outro tipo de sociedade planificada. Como dar-se-á tal mudança? Quais os agentes desse processo? Não o sabemos. O que sabemos é que assistimos a um espetáculo de crise, de transição, onde os velhos quadros sociais desaparecem e os novos ainda não se estruturaram.
A literatura é uma forma de resposta a essa interrogação. Ela, pelos escritos de Homero transmitia-nos uma mensagem corporificando um tipo de homem: o cavaleiro e o nobre; pela pena de Hesíodo, transmitia-nos uma ética do trabalho e sua dignificação como sentido da vida.[3] Os escritos de Joyce, Kafka e Faulkner, constituem uma mensagem adequada aos tempos novos: as formas clássicas do romance estão fenecendo; cabe ao homem descobrir uma nova linguagem para exprimir novas experiências de uma nova vida.[4]
De todas as formas de arte a literatura é a mais próxima da vida e a mais sintética, pois reúne a arquitetura, quando no processo de composição do romance, a música, na estrutura melódica da frase, a pintura, no traçar o caráter dos personagens, a filosofia, ao definir seus ideais de vida. Daí sua importância para a cultura.
Sendo ela acessível aos diferentes especialistas, poderá formular novas formas de ação ética e padrões morais. Como um sismógrafo poderá ela captar o sentido interno da mudança que se opera no mundo. Para tal, conta com a intuição artística, que faz com que as mudanças sejam pressentidas antes pelos seus possuidores, passando depois aos campos sistemáticos do conhecimento.
A transição do século XIX e XX foi assinalada, em primeiro lugar, pelos impressionistas, pelo naturalismo literário e posteriormente pelos teóricos de política, economia e filosofia.
A literatura pertencendo a um dos campos assistemáticos do conhecimento tem esse poder. Pode auscultar as mudanças que se operam no mundo e pela imaginação de seus grandes nomes, definir ao homem comum, novos caminhos.
Se não conseguir formulá-los com nitidez, pelo menos servirá como testemunho de uma época. A época que produz Camus, Kafka e Faulkner [5], já escolheu seu destino: eles testemunham por ela.
Na época moderna à literatura cabe um papel integrador. O papel de superar o abismo existente entre a arte e a vida, arte e ciência, na medida em que ela mesma é concebida como uma forma de conhecimento dessa totalidade, que é o homem.
Cabe ao escritor viver plenamente sua época, pois só atinge a grandeza, aquele que sentiu seu próprio tempo. Este é o segredo da universalidade de um Goethe, Balzac ou Cervantes.
Nessa tentativa de traçar com lucidez os quadros do mundo, onde se desenrola o drama humano, num período de transição, é que a literatura deixará de ser o “sorriso da sociedade”, para ser testemunho de uma época, uma mensagem acessível a todos, que permitia ao homem independente de sua especialidade sentir-se junto ao seu semelhante, como “igual entre iguais”, cumprindo um sábio preceito chinês.
Se as profissões diferenciam o homem, cabe à arte uni-lo em torno de ideais comuns. Isso ela pode fazê-lo, pois sua linguagem é universal e a condição humana idêntica em toda a face da terra.
__________
* Trabalho premiado – prêmio Graciliano Ramos – no concurso de literatura para os universitários do país, instituído pelo Ministério de Educação e Cultura e pela revista O Cruzeiro, conforme sua publicação de 2-1-60. Fonte: Separata da Revista de História Nº 44 (FFCL - USP), São Paulo. Publicado na Revista Espaço Acadêmico, nº 07, dezembro de 2001. Disponível em http://www.espacoacademico.com.br/007/07trag_literatura.htm ** Licenciado em História pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo.
LEIA MAIS EM:
FONTE: http://mauricio-tragtenberg.blogspot.com/2008/12/importncia-da-literatura-para-o-homem.html
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
INTELECTUAIS,REALIZADORES E GRATIDÃO!! SEM DEMAGOGIAS!!
"Demagogia é conduzir o povo a uma falsa situação. Em termos etimológicos provém do Grego, querendo dizer "a arte de conduzir o povo".
Dizer ou propor algo que não pode ser posto em prática, apenas com o intuito de obter um benefício ou compensação.
No nosso contexto actual, está muito associado ao mundo da política e a promessas de "mundos e fundos", que depois na prática não se concretizam.
Dizem os manuais que o demagogo, na sua expressão grega primitiva, era apenas o chefe ou condutor do povo, sem qualquer sentido pejorativo, e, como tal, se qualificavam Sólon ou Demóstenes, intimamente ligados à defesa da democracia. Contudo, a expressão sofreu uma evolução semântica, deixando de ser uma arte neutral, principalmente depois da morte de Péricles, em 429 a.C., quando surgiram novos líderes, não ligados às antigas famílias, os quais, a partir do século seguinte, começaram a ser fortemente criticados pelos adversários dos modelos democráticos.(...)" leia mais em http://pt.wikipedia.org/wiki/Demagogia
Este mundo virtual que muitos classificam como sendo superficial,
arrisco dizer que poderemos reverter isso,ou transformar(palavra que aprendi a usar com Helena Singer,e sou eternamente grata a ela e a todos que cruzaram meus caminhos!),poderia tentar citar tudo o que tenho aprendido também com meus amigos virtuais! e posso dizer que não foram coisas superficiais, pelo contrário!
Reverter a superficialidade do ciberespaço,está em nossas mãos!
Assim como transformar para melhor seja lá o que for!
Temos como membro neste blog, nada mais, nada menos do que um "discípulo" de Maurício Tragtenberg, o Ozaí, o chamarei assim, pois antes de tudo ele é um grande amigo que também dedico minha gratidão! AH!! mas não aquela gratidão antiga e estagnada! esta também transformei!(risos) Transformei no sentido de
saber que se eu conseguir realizar algo em conjunto com ele e com todos vocês,
aí sim poderei dizer que minha gratidão é real e não "demagoga".
As sementes quando jogadas em terrenos férteis, quase sempre germinam!
Então, ainda faltou falar de Evandro Castlilho,este grande cara, que se não fosse ele, hoje nunca estaria aqui a escrever em blogs e a tentar realizar coisas novas!
Evandro marcou! representou a antítese de muitas coisas !(falando em bom filosofês!!kkk) Evandro jogou na minha cara a importância de ser realizador!
Evandro,assim como Illich,Tolstói,Paulo Freire,Helena Singer,Tragtenberg,e tantos outros, que ao invés de só ficarem nas torres do intelectualismo,colocaram os pés na realidade e as mãos na massa! Como eu sempre fui mais do fazer,do que intelectual, me identifiquei logo!
Ainda não consegui definir exatamente o que será este blog!
Só sei que resolvi escrever hoje aqui, porque tenho sonhos em relação à ele! e graças à vida,um grupo existe! São vocês! sem união não podemos fazer nada!
Seria bem interessante que juntos fossemos compondo a estrutura deste blog,que se tudo for caminhando...quem sabe ele extrapole a blogosfera!...o ciberespaço,e possa ir de encontro com as ideias de Tragtenberg, de Illich, de Levy...e de tantos outros!
Agradeço muito mesmo a todos que citei e aos outros,
que pessoalmente estou sempre a reconhecer seus valores!
Esqueci da turma do Lumiar! deram-me um grande empurrão!
Abraços pra todos e feliz 2009!
Nadia Stabile - 22/12/08
domingo, 7 de dezembro de 2008
INCUBADORA VIRTUAL - FAPESP - Tutorial Wiki
O que é um wiki?
O wiki é uma metodologia muito simples para a elaboração de um hipertexto. Por outro lado, um wiki pode ser alterado por qualquer um, através de um browser na Internet. Estas duas características tornaram o wiki, em menos de dez anos, uma ferramenta extraordinária para a criação cooperativa de hipertextos.
À primeira vista, todo mundo suspeita que um wiki rapidamente vai se transformar num verdadeiro caos, isto se não for vandalizado de vez. Nada mais errado, felizmente. Para apreciar o extraordinário poder criativo do wiki, visite qualquer uma das páginas referenciadas nesta página da Wikipedia.
A Wikipedia
A Wikipedia, a enciclopédia livre, nasceu em 2001 e hoje é, de longe, o wiki mais rico em existência. Em junho de 2004, a Wikipedia apresentava quase 300.000 verbetes (a Britannica tem 100.000), que estão sendo traduzidos para umas 60 e tantas línguas (a Britannica é publicada numa só, aliás, você conhece alguma enciclopédia publicada em mais de uma língua? Se existirem, certamente são muito poucas.)
A qualidade da Wikipedia não é uniforme. Os verbetes que conseguem uma grande convergência de contribuintes atingem uma qualidade primorosa em pouco tempo. As páginas acima citadas certamente pertencem a esta categoria. Outras páginas são mais pobres, mas todas estão numa curva de aprimoramento monotonicamente crescente. Numa tentativa bem-humorada de comparação entre a Wikipedia e a Britannica, a primeira coleta alguns erros da segunda nesta página.
Explorando o wiki
O uso eficiente do wiki exige alguma prática e observação antes que se possa apreciar o seu potencial. Mais para a frente, exige também alguma base teórica para organizar as suas idéias e fazer os seus modelos de como isto funciona.
Existem dois lugares notáveis onde isto pode ser obtido com certo sucesso e sem muita dor: no wiki original, que nasceu em 1995, e ainda hoje é um dos mais informativos, e na Wikipedia, indicada e exemplificada acima. Veja também o portal do meta-wiki, onde a filosofia e os protocolos de contribuição da wikipedia e demais projetos-irmãos são discutidos.
Existe também uma explicação resumida e didática, em português, aqui.(...)
LEIA NA ÍNTEGRA EM:
ESCOLA DO FUTURO - USP - CENTRO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL
Inquestionavelmente, a imensa e crescente quantidade, complexidade e diversidade de informações determinam a reavaliação das estratégias pedagógicas em uso, bem como das expectativas em relação à habilidade do aluno e ao papel da escola e do professor. No entanto, sem as reformulações necessárias, corremos o risco de ter escolas irrelevantes para os alunos e, conseqüentemente, formar profissionais mal preparados.
Assim, a implementação das Salas de Aula do Futuro veio ao encontro da necessidade permanente de aperfeiçoamento pessoal e profissional de educadores dos Ensinos Fundamental, Médio e Superior.
http://www.futuro.usp.br/
"DESENTUBE-SE" FESTIVAL DE VÍDEO TELA DIGITAL DA TV BRASIL
As inscrições para a disputa promovida pela TV Brasil com produtores dos melhores vídeos independentes estarão abertas a partir desta sábado, dia 6, no site www.teladigital.org.br.Além do prêmio de R$ 15 mil para o melhor vídeo eleito pelo júri e para o melhor video eleito pelo público, a emissora exibirá os conteúdos a partir a partir de 14 de fevereiro, na estréia do programa "Festival de Video Tela Digital", um semanal com 26 episódios, na primeira temporada.
Os trabalhos, que podem ser realizados com câmeras de vídeo e de foto digital, celulares e animação por computação, devem ser inéditos e ter de 3 a 8 minutos de duração, incluindo os créditos.
INFORME-SE : http://www.teladigital.org.br/templates/Home.aspx
ASSISTA OS VÍDEOS DA CAMPANHA : http://www.teladigital.org.br/templates/Player.aspx?contentId=3295
"EDUCAÇÃO DEMOCRÁTICA" - POLITEIA E TUDO JUNTO
"Educação Democrática"
A "Educação Democrática", remonta um movimento amplo de renovação pedagógica chamada de "Escola Nova", iniciado da segunda metade do século XVIII na Europa. Apesar das escolas democráticas não se auto-intitularem dessa forma, apresentam as seguintes características: gestão participativa, processo decisório que incluem os estudantes, educadores e funcionários, os estudantes definem sua trajetórias de aprendizagem e a relação não hierárquica entre estudantes e educadores.
O documentário retrata duas diferentes realidades de ensino que valoriza e respeita as individualidades do ser humano.
A COOPERAÇÃO - HOMEM NEOLÍTICO
Costumeiramente, situamos o início do período Neolítico ao final da era glacial, há aproximadamente 10 mil anos. Com o aquecimento da crosta terrestre e o degelo em diversas regiões, ocorreu uma elevação no nível dos mares, e consequentemente, profundas transformações climáticas, possibilitando o surgimento das zonas tropicais, subtropicais e temperadas. Desapareceram grandes felinos e alguns animais de elevado porte como os mamutes, um antepassado dos elefantes, dando origem a fauna atual. A vida vegetal também sofreu grandes modificações. Nesse novo ambiente, algumas áreas tornaram-se mais favoráveis à sobrevivência humana, geralmente aquelas próximas aos grandes rios.
As transformações ambientais e as conquistas técnica, possibilitaram. gradativamente, um controle do homem sobre natureza, libertando-o do modelo de sobrevivência baseado na caça e na coleta. Aprendeu a produzir e reproduzir plantas e animais, dando início a Revolução Neolítica.
Podemos supor que o processo, iniciado há cerca de 10 mil anos, tenha ocorrido no Oriente Médio, e em momentos diferentes, na Índia, China, Europa e América.
Ao tornar-se pastor e agricultor, portanto produtor de alimentos, o homem começou a sua sedentarização, o que contribuiu para um sensível crescimento populacional. Vivendo em comunidades, surgiu um sistema de cooperação, em que a posse dos instrumentos e da produção era coletiva. As atividades produtivas fundamentavam-se na divisão sexual do trabalho. As relações sociais tornaram-se mais complexas, e a hordas coletoras cederam lugar às tribos.
As conquistas tecnológicas ampliaram-se nesse período. Dois momentos se destacaram: a produção da cerâmica (potes e panelas), bem como de moradia.
No final do Neolítico o homem desenvolveu a metalurgia, dando início a Idade dos Metais. Foi a partir desse momento que importantes avanços ocorreram. Em algumas regiões foram desenvolvidos a escrita, a roda e o calendário.
Apesar da impossibilidade de estabelecer uma cronologia exata desses avanços, supõe-se que o bronze foi utilizado em diversas áreas do Oriente já por volta de 4000 a.C., alcançando a Europa e o mundo mediterrâneo cerca de 2000 anos depois.
fonte : http://www.historiapaulochaves.com.br/aulasvirtuais/OrigemHome.doc.
(...)Do Paleolítico ao neolítico, cerca de 3.500 a.C. a 4.000 a.C., os povos que viviam na
África e na Europa deixaram pinturas nas cavernas criadas com objetivos práticos e ritualísticos.
Em algumas imagens, as presenças de marcas aparentam serem feitas por lanças, sugerindo o seu
uso em rituais mágicos organizados para conseguir êxito na caçada, e na instrução de jovens à
caça como um esforço de cooperação em grupo. (...)
FONTE: http://www.historiaimagem.com.br/edicao6abril2008/09-evolucao-grafica-cinema-digital.pdf.
O ALTISTA: A COMUNICAÇÃO DAS MÍDIAS DIGITAIS - RETIRADO DE NET ART - FAPESP
por angeles — Última modificação 23/12/2006 05:51
Resumo Este trabalho destina-se a discorrer sobre a interatividade, a singularidade e particularidades que estão sendo desenvolvidas a partir do desenvolvimento dos equipamentos de comunicação e de informação e o aparecimento das mídias digitais. Também, procuramos entender algumas alterações que estão acontecendo com relação à comunicação voltada para o indivíduo isolado. Palavras Chave: Mídias Digitais, Comunicação, Interatividade, Singularidades, Particularidades
SUMÁRIO
1. A Web Arte.........................................................................................................................03
2. Linkado com as Mídias Digitais.......................................................................................05
3. A espetacularização do cotidiano.....................................................................................08
Considerações Finais............................................................................................................10
Bibliografia............................................................................................................................11
Introdução
Neste texto procuraremos sintetizar todas as leituras efetuadas durante a disciplina oferecida pela Profa. Dra. Giselle Beiguelman.
Nossas leituras se voltaram para o receptor diante das mídias digitais. Procuramos compreender interatividades, direcionalidades, particularidades e singularidades que vem ocorrendo quando do desenvolvimento dos equipamentos de comunicação e de informação e o aparecimento das mídias digitais.
Abordaremos também alguns pontos positivos e negativos dessas novas mídias, tanto destinadas a sociedade como para o indivíduo isolado.
Discorreremos também, sobre a espetacularização do cotidiano que já vem sendo produzidas pelas mídias de massa e, agora com muito mais força pelas mídias digitais. Museus, feiras e exposições promovem condições para que espetáculos particulares sejam elaborados individualmente, com o objetivo de atrair espectadores.
Finalizando as considerações finais e a bibliografia.
1. A web arte
Temos como objetivo neste texto faze uma reflexão a respeito da comunicação produzida em alguns sites voltados para a Web Arte. Os sites foram visitados em 28 de agosto de 2006 e foram os seguintes: http://influenza.etc.br/madridmousaic/, http://vizinhodojefferson.blogger.com.br/,http://des-echo.blogspot.com/, http://www.detanicolain.com.br/.
Pudemos constatar que a comunicação oferecida nos sites visitados é totalmente diferente do que os meios de comunicação de massa nos oferecem. A comunicação se dá de forma individualizada e interativa. É o receptor que de certa maneira faz as escolhas e os caminhos a serem percorridos se dá de forma particular e individual, os quais são inúmeros.
Sobre o assunto nos fala a pesquisadora Cristina Costa:
(...) “trata-se de usuários que fazem escolhas e criam hábitos muito individualizados, e que os meios eletrônicos cada vez mais fornecem ferramentas para que o gosto e a curiosidade pessoais sejam satisfeitos, seja pela grande oferta de produtos, seja pela sofisticação tecnológica dos equipamentos”[1].
O receptor tem a possibilidade de “viajar” para onde seus sentidos e olhos os leve, não existindo assim, interferência por parte do produtor do site ou da mídia. É uma comunicação estruturada em parâmetros diferentes das mídias de massas, como já foi dito anteriormente.
O sujeito é receptor e emissor ao mesmo tempo. É o sujeito implicado em todo um processo de significação, ele percorrer o caminho de acordo com seus próprios valores.
A recepção, nesse caso se dá, segundo Umberto Eco[2] como se fosse uma “obra aberta” não é acabada pelo autor mas sim finalizada pelo intérprete. Essa “obra aberta” conforme o autor: “(...) valoriza o intérprete e instaura nele uma série de atitudes, tais como; uma liberdade consciente, que lhe dá o direito à crítica, criando sua própria forma(...)”. [3]
Por outro lado, uma vez que o receptor é dono do seu caminho corre o risco de se “perder”, em virtude da quantidade de informações que recebe ser muito grande, o que possibilita segundo Umberto Eco[4], "Anarquia do Saber", uma vez que não existe uma filtragem na informação. O que pode gerar inclusive uma grande confusão entre o que é conhecimento e o que é informação; a informação em si não é conhecimento; o conhecimento é algo que o indivíduo pode vir a construir, a partir da informação.
Como aponta Guilhermo Orozco Gómez[5], embora hoje o volume de informação disponível seja enorme, e o acesso a ela seja relativemente amplo, não significa que esteja havendo construção de conhecimento. O autor afirma que
“ (...) a informação se converteu em um bem de consumo, aparentemente cada vez mais necessário para os indivíduos e os grupos em seu esforço por uma existência plena de sucesso em uma sociedade moderna, repleta de interações sociais informatizadas”.[6]
Está evidente que, estamos diante de nova mídia que apresenta uma comunicação, que em certo sentido, está na “contra-mão” das mídias dirigidas as massas (jornal, rádio, TV, etc). Visto que, os meios dirigidos às massas oferecem ao receptor a informação pronta, elaborada, terminada, ou seja, não há questionamentos. O receptor não compartilha da elaboração e da construção das informações que recebe. Enfim, é um agente passivo, na produção do produto que recebe, tudo é elaborado de acordo com as necessidades e objetivos dos produtores.
Afirma Santaella:
“(...) os meios de comunicação de massa são meios de produção que estão sob o poder político de uma minoria economicamente privilegiada, sendo suas mensagens produzidas por poucos para serem recebidas por uma massa de consumidores que não participa da escolha das mensagens que lhe são dirigidas”[7].
Isto é, os meios de comunicação de massa não se preocupam com as particularidades, elas estão voltadas para o geral, ao contrário dessa nova mídia que a preocupação está centrada no indivíduo, em saberes particulares. Por outro lado, uma mídia que possibilita tornar os sujeitos mais críticos, uma vez que cada indivíduo interage da forma que mais lhe convém.
Essas questões são bem expostas do livro Link-se, de autoria de Giselle Beiguelman, assunto de nosso próximo item.
2. Linkado com as Mídias Digitais
Neste texto procuramos fazer uma reflexão acerca do capítulo Políticas Ácidas do livro já mencionado acima. Percebemos que o texto trata de várias questões que estão acontecendo a partir do desenvolvimento das mídias digitais. Questões como: a) grandes transformações na área da comunicação; b) as mídias digitais produzem algo jamais pensados pelos meios de comunicação de massa; c) aparecem novos formatos de sociabilidades; d) novas maneira de produzir arte e cultura; e) convívio e interação entre homem e máquina etc, etc, etc.
Sobre essas questões nos fala Lev Manovich no texto Post-media Aesthetics, e afirma que as mídias digitais estão provocando uma nova cultura, uma cultura da interface, que se modela de acordo com a necessidade.
É que se por um lado, é um meio que proporciona grande maleabilidade ao receptor, por outro é um meio que exclui socialmente os indivíduos, visto possuir uma engenharia e uma arquitetura que exige habilidade e conhecimento. Como nos mostra o texto O Meulular Que Me Pariu[8] , texto que trata da invasão de privacidade como é o caso do rmiranda. Situação que somente pode acontecer no caso de muita habilidade digital do operador.
Ao contrário do que acontece com as mídias de massa, que inclui o sujeito socialmente no mundo comunicacional. As mídias digitais proporcionam uma comunicação dirigida e direcionada a um determinado público. Elas não se preocupam em produzir mensagens para um grande número de pessoas, como é o caso das mídias de massa. A respeito ressalta COSTA:
“Se a comunicação de massa tendeu sempre à centralização e unidirecionalidade, com poucos dirigindo-se a muitos (a massa), nas mídias digitais esse modelo se desregulamenta, sendo possível um usuário falar com outro, um dirigir-se a muitos, muitos comunicarem-se com muitos e um navegador isolado interagir apenas com a máquina. Em razão disso, a comunicação digital se caracteriza pela multiplicidade de relações envolvida e de direcionamento das mensagens.”[9]
Uma vez que, as mídias digitais se caracterizam pela multiplicidade de relações e pela direcionalidade de mensagens, podemos reafirmar que o sujeito quando interage com elas é receptor e emissor ao mesmo tempo, portanto, pode ser também interventor da comunicação que recebe, com a condição inclusive de transformar a informação.
Como se sabe, as informações de um computador, é uma grande quantidade de informações numéricas, ou seja, sons, imagens ou textos, são conjuntos de dados digitais. É uma linguagem universal em bites de 0 e 1, que Santaella chama de esperanto das máquinas[10]. Ou seja, os estudos dos processos de comunicação, a partir das mídias digitais, não se sustentam mais, pois questões como estas, jamais foram discutidas, por exemplo, num contexto de recepção da comunicação de massa.
Está claro que, as mídias digitais produzem um processo de comunicação que não pode ser tratado mais como algo que acontece mecanicamente, centrado no emissor e receptor.
A abordagem tradicional da comunicação pode ser considerada hoje limitada e insuficiente para analisar o processo comunicativo voltado as mídias digitais, dado a sua complexidade. Afirma Maria Ângela Mattos[11] que “a comunicação é um campo interdisciplinar por excelência, para o qual convergem a política, a sociologia, a pedagogia, a psicologia, a antropologia, a ética e o direito”. Isto é, várias áreas de conhecimento se convergem num mesmo sentido.
Elizabeth Saad Corrêa, outra pesquisadora do assunto, diz que os processos de comunicação, estão passando por transformações para incorporar as inovações da tecnologia e, ao mesmo tempo, manter sua função original. Afirma que:
“Observamos emissores – as empresas informativas – buscando adequar suas estruturas internas de organização de atividades e pessoas; buscando um outro modelo de sustentação de seus negócios. Pelo lado dos receptores, emerge um papel transformado do leitor/espectador/ouvinte, um usuário internauta, com um enorme poder de intervenção, diálogo e escolha de emissores e mensagens. A própria mensagem passa por transformações, seja no fluxo de produção de conteúdos, no próprio conceito de conteúdo alavancado pelos recursos de hipermídia(...)[12]”
A informação segundo Corrêa está em processo de gestação na maioria das empresas informativas. E diz que:
“ O fato claro é que no mundo da informação digital a estrutura não-linear de apresentação de conteúdos é de grande diferencial. Quem sair na frente e narrar de forma não-linear tem enorme vantagem. Diante disso, poderíamos inferir que apenas quem domina o conjunto de tarefas que geram informações, conteúdos ou mensagens é que teria em mãos os instrumentos, habilidades e competências para trabalhar nesse novo formato informativo[13]”.
É fato que estamos vivendo uma grande mudança na área da comunicação, ou até uma revolução como definiram Umberto Eco[14] e o historiador François Caron[15]. Segundo os autores, estamos vivendo a terceira grande revolução, a partir do surgimento da Internet.
Essa nova mídia além modificar a comunicação, vem produzindo e transformando comportamentos da sociedade. Ou será que os comportamentos não mudaram, só mudou o meio de expressão?
Segundo Manuel Castells:
“A Internet é um instrumento que desenvolve, mas que não muda comportamentos; ao contrário, os comportamentos apropriam-se da Internet, amplificam-se e potencializam-se a partir do que são”.
“Isso não significa que a Internet não seja importante, mas não é a Internet que muda os comportamentos, mas os comportamentos que mudam a Internet.”[16]
Enfim, é uma mídia que dá a possibilidade ao receptor de interagir constantemente com o seu emissor, tornando-se também um emissor, ou seja, transformam-se totalmente os conceitos de comunicação pensada na perspectiva das mídias de massa.
Como Lev Manovich, afirma as mídias digitais se modelam de acordo com as necessidades. Podendo inclusive arquitetar a informação no sentido de tornar o cotidiano em um espetáculo, item que discorreremos abaixo.
3. A Espetacularização do Cotidiano
Na visão de Guy Debord[17], o espetáculo é parte da sociedade, um instrumento que unifica, uma ritualização necessária na cultura ocidental, do mesmo modo que as danças rituais de tribos indígenas ou a troca de presentes no Natal.
Para o autor, o espetáculo acontece através da criação de um “falso olhar”, em que as manifestações socioculturais são apropriadas ao contexto da comunicação, não da ação. A televisão devolve ao receptor uma realidade espetacularizada, e essa realidade construída passa a ser a realidade assumida, motor da constituição de formas de conceber, avaliar e produzir a mesma realidade.
Hoje, com as mídias digitais estamos constantemente sendo convidados a construir e espetacularizar uma certa realidade, interagimos com a informação e simulamos as sensações. Museus, feiras e exposições disponibilizam equipamentos com o objetivo de fazer com que o indivíduo interaja efetivamente com as máquinas e crie seu próprio espetáculo.
Por outro lado, essa interatividade, pode tornar-se um verdadeiro “objeto” que na verdade não servem para nada, o que nos remete a Jean Baudrillard que chamou de gadget[18], algo sem utilidade nenhuma
Claudia Gianette outra pesquisadora do assunto diz que os usuários das mídias digitais estão cada vez mais dispersos e isolados, provocando os chamados gadgets. E afirma que:
“la manera como los "gadgets" telemáticos están siendo empleados, “producen habladurías y palabrerías cósmicas vacías, una ola de imágenes técnicas banales, que están tapando definitivamente todas las lagunas entre las masas de usuarios del teclado, cada vez más aisladas y dispersas”.
Ou seja, corremos o risco de cairmos no chamado gadget, uma vez que a interação é feita sem objetivo e sem utilidade. É como se essas novas mídias proporcionassem um grande espetáculo, no qual todos os integrantes da sociedade fossem convidados a participar, sem que haja de fato uma necessidade explicita, ou seja, tudo é banalizado. Conforme Claudia Gianette:
"Reconocemos fácilmente en ésta una de las estrategias del espectáculo. Si entendemos el ciberespacio como un fenómeno sociocultural y económico, y no simplemente técnico y mediático, entonces podemos valorar la magnitud de su potencial como medio dispersivo y entrópico, como “lugar” del espectáculo en la era postindustrial”
Está claro que, estamos vivenciando uma nova comunicação, que está resultando como Gianette afirma em um fenômeno sócio-cultural e econômico e não é apenas tecnológico ou mediático, mas também sensorial. As mídias digitais têm nos dado à opção, por exemplo, de utilizarmos todos os nossos sentidos ao mesmo tempo.
Por outro lado, pode causar um grande problema no sentido de acesso à informação, justamente em virtude da hibridização das linguagens, da interação e da grande quantidade de informações que nos é oferecida. De acordo com Gianette no texto La cultura on-line[1]
, diz que:
“De la misma manera, la red telemática ofrece el acceso, como muchos autores ya han señalado, a algo parecido a la "biblioteca de Babel" de Jorge Luis Borges, con un universo casi infinito de información sin elemento central. La existencia de una inconmensurable cantidad de bits de información significa también un aumento equivalente respecto a la dificultad de selección, y por lo tanto, un obstáculo para el acceso a un determinado contenido”.
De fato, as mídias digitais estão provocaram uma nova forma de comunicação. Uma comunicação interativa, hipermediática, com novas propostas para qualquer homem, e em particular para os artistas ou produtores culturais. Todos são chamados para essa nova comunicação interativa e hipermediática que surge com nova linguagem e novos parâmetros. Uma linguagem, segundo Santaella: “Trata-se, de fato, de uma linguagem inaugural em um novo tipo de meio ou ambiente de informação no qual ler, perceber, escrever, pensar e sentir, adquirem características inéditas”.[2]
Isto é, houve uma fusão entre as linguagens das mídias existentes, nascendo assim, uma nova linguagem. As mídias digitais convidam o homem, de forma geral, a interagir com a informação ou simular a interação.
Considerações Finais
Para concluírmos, a interação depende somente do homem, pois é ele que irá interpretar a mensagem, o equipamento ou a sofisticada tecnologia são estruturas abertas que dão a possibilidade ao sujeito se interelacionar-se ou interpretar as informações de acordo com seu repertório.
Afirma Baudrillard: “A máquina de alta tecnicidade é uma estrutura aberta, pois o conjunto das máquinas abertas pressupõe o homem como um organismo e interprete vivo”.[3]
Ou, como Félix Guattari nos fala o mundo contemporâneo está cada vez mais dominado pelo aumento de reivindicações de singularidade subjetiva. Diz:
“De um modo geral, pode-se dizer que a história contemporânea está cada vez mais dominada pelo aumento de reivindicações de singularidade subjetiva – querelas lingüísticas, reivindicações autonomistas, questões nacionalísticas, nacionais que, em uma ambigüidade total, exprimem por um lado uma reivindicação de tipo liberação nacional, mas que, por outro lado, se encarnam no que eu denominaria reterritorializações conservadoras da subjetividade[4]”
O autor vem se dedicando a entender o que o mundo singular e subjetivo Busca compreender o que está rodeado o mundo humano de forma particular.
É justamente o caminho que parece que estamos seguindo com o desenvolvimento da tecnologia e das mídias digitais, ou seja, cada vez mais as produções estão sendo dirigidas as particularidades, as singularidades. Caminho inverso que estiveram e estão às mídias de massa.
Bibliografia
BAUDRILLARD, Jean. O sistema dos objetos. São Paulo, Perspectiva, 1968.
CARON, François. Jornal O Estado de São Paulo, em 04.06.2000
CASTELLS, Manuel,. “Organização comunicacional e transformação cultural”. In: Moraes, Denis de (org.) Por uma outra comunicação. Rio de Janeiro: Record, 2003.
CORRÊA, Elizabeth Saad. Arquitetura estratégica no horizonte da terra cognita da informação digital.Revista USP Comunicação. n. 22, São Paulo.1989.
COSTA, Cristina. Ficção Comunicação e mídias. São Paulo: Senac, 2002.
DEBORD, Guy. Commentario sulla societá dello spettacolo e la societá dello spettacolo. Milano: Sugar Company Edizioni, 1990.
ECO, Umberto. Obra Aberta, São Paulo, Perspectiva, 1976
______, Umberto. Jornal Folha de São Paulo. 10.01.2000.
GIANETTI, Claudia “La cultura on-line” disponível em http://www.mecad.org/proy.html: 20 de out. 2006.
GUATARRI, Félix. Caosmose Um novo paradigma estético, Rio de Janeiro, Editora 34, 1992.
GUILHERMO OROZCO Gómez. “Professores e meios de comunicação: desafios e estereótipos”. Revista Comunicação e Educação. n. 10. São Paulo: Moderna/CCA.
MATTOS, Maria Ângela. Revendo o Pensamento Comunicacional e os processos de aprendizagem na contemporaneidade. Revista Latinoamerica de Ciências de La Comunicación. Ano 1, n.1. São Paulo: ALAICA, 2004.
SANTAELLA, Lucia. Matrizes da linguagem e pensamento: sonora visual verbal. São Paulo, Iluminuras, 2005.
______, Lúcia. Navegar no ciberpaço: O perfil cognitivo do leito imerso. São Paulo: Paulus. 2004
______, Lúcia. Cultura das mídias.São Paulo: Experimento. 1996.
[1]GIANETTI, Claudia “La cultura on-line” disponível em http://www.mecad.org/proy.html: 20 de out. 2006.
[2] SANTAELLA, Lucia. Matrizes da linguagem e pensamento: sonora visual verbal. São Paulo, Iluminuras, 2005. p. 369.
[3] BAUDRILLARD, Jean. O sistema dos objetos. São Paulo, Perspectiva, 1968. p. 119
[4] GUATARRI, Félix. Caosmose Um novo paradigma estético, Rio de Janeiro, Editora 34, 1992. p. 13
[1] COSTA, Cristina. Ficção Comunicação e mídias. São Paulo: Senac, 2002. p. 83
[2] ECO, Umberto. Obra Aberta, São Paulo, Perspectiva, 1976.
[3] ibdem
[4] ECO, Umberto. Jornal Folha de São Paulo. 10.01.2000.
[5] GUILHERMO OROZCO Gómez. “Professores e meios de comunicação: desafios e estereótipos”. Revista Comunicação e Educação. n. 10. São Paulo: Moderna/CCA.
[6] ibdem. p. 58.
[7] SANTAELLA, Lúcia. Cultura das mídias.São Paulo: Experimento. 1996. p. 48.
[8] Ibid. p.136
[9] COSTA, Cristina. Ficção Comunicação e mídias. São Paulo: Senac, 2002. p. 82
[10] SANTAELLA, Lúcia. Navegar no ciberpaço: O perfil cognitivo do leito imerso. São Paulo: Paulus. 2004
[11] MATTOS, Maria Ângela. Revendo o Pensamento Comunicacional e os processos de aprendizagem na contemporaneidade.Revista Latinoamerica de Ciências de La Comunicación. Ano 1, n.1. São Paulo: ALAICA, 2004.
[12] CORRÊA, Elizabeth Saad. Arquitetura estratégica no horizonte da terra cognita da informação digital.Revista USP Comunicação. n. 22, São Paulo.1989.
[13] Ibden
[14] ECO, Umberto. Jornal Folha de São Paulo. 10.01.2000.
[15] CARON, François. Jornal O Estado de São Paulo, em 04.06.2000.
[16] CASTELLS, Manuel,. “Organização comunicacional e transformação cultural”. In: Moraes, Denis de (org.) Por uma outra comunicação. Rio de Janeiro: Record, 2003. p. 273.
[17] DEBORD, Guy. Commentario sulla societá dello spettacolo e la societá dello spettacolo. Milano: Sugar Company Edizioni, 1990.
[18] “É toda a gratuidade do concurso Lépine que, sem jamais inovar e por simples combinatória de esteriótipos técnicos, ajusta objetos de função extraordinariamente específica e perfeitamente inútil a função visada é tão precisa que só pode ser um pretexto: de fato tais objetos são subjetivamente funcionais, vale dizer: obsessionais”.
FONTE: http://netart.incubadora.fapesp.br/portal/Members/angeles/Interatividade%202/
PROJETO NET ART - FAPESP
por admin_tiola — Última modificação 07/04/2005 13:58
O Horizonte de discussão do projeto "net art: perspectivas criativas e críticas"
A net art hoje é um conceito que contempla categorias variadas como web art, wireless art e projetos que envolvem ações em grande escala em redes de telecomunicação, entre outras não menos importantes (como hacktivismo, software arte, code works e game art).
Mais do que categorias, essas tipologias conformam modalidades discursivas e práticas estéticas, políticas e tecnológicas diversificadas, podendo-se, facilmente, identificar em cada uma delas variadas subdivisões.
O reconhecimento dessa diversidade, ancorada em sólida formação crítica é decisiva para a realização de projetos criativos e curatoriais capazes de lidar com as especificidades da net art, em todos os seus campos.
Essa formação crítica depende, não só do debate sobre as particularidades conceituais das suas modalidades discursivas e de seus imbricamentos, mas, também, de uma abertura multidisciplinar capaz de contemplar a variedade de saberes, oriundos da comunicação, arte e ciências tecnológicas envolvidos em suas práticas.
FONTE : http://netart.incubadora.fapesp.br/portal/sobre/def/
Bibliotecas on line
Bibliotecas de todo o mundo e sites para baixar livros eletrônicos gratuitos
Biblioteca Central - localize os livros das bibliotecas da UFRGS:
www.biblioteca.ufrgs.br
Biblioteca del Congreso - item Expo Virtual mostra alguns tesouros dessa
biblioteca argentina: www.bcnbib.gov.ar
Biblioteca Digital Andina - Bolívia, Colômbia, Equador e Peru estão
representados: www.comunidadandina.org/bda
Biblioteca Digital de Obras Raras - www.obrasraras.usp.br
Biblioteca do Hospital do Câncer -
oncologia: www.hcanc.org.br/outrasinfs/biblio/biblio1.html
Biblioteca Mário de Andrade - www.prefeitura.sp.gov.br/mariodeandrade
Biblioteca Nacional de Portugal - www.bn.pt
Biblioteca Nacional de España - www.bne.es
Biblioteca Nacional de Maestros - www.bnm.me.gov.ar
Biblioteca Nacional del Perú - www.binape.gob.pe
Biblioteca Nazionale Centrale di Roma - www.bncrm.librari.beniculturali.it
Círculo Psicanalítico de Minas Gerais - www.cpmg.org.br/n_biblioteca.asp
Crime Library - histórias reais de criminosos, espiões e terroristas:
www.crimelibrary.com
Educ.ar Biblioteca Digital - www.educ.ar/educar/superior/biblioteca_digital
Internet Ancient History Sourcebook - página dedicada à difusão de
docs da Antiguidade: www.fordham.edu/halsall/ancient/asbook.html
Internet Public Library - indica páginas em que se podem ler documentos
sobre áreas específicas do conhecimento: www.ipl.org
Oxford Digital Library - www.odl.ox.ac.uk
Perseus Digital Library - dedicado a estudos sobre os gregos e romanos
antigos: www.perseus.tufts.edu
The British Library - além de busca no catálogo, tem coleções virtuais
separadas por região geográfica: www.bl.uk
Biblioteca Virtual do Estudante Brasileiro - literatura em
língua portuguesa: www.bibvirt.futuro.usp.br
Biblioteca Virtual - Literatura - www.biblio.com.br
Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes - www.cervantesvirtual.com
Biblioteca Virtual Universal - www.biblioteca.org.ar
Jornal da Poesia - importante acervo de poesia em língua portuguesa,
www.secrel.com.br/jpoesia
CIENTÍFICOS
Banco de Teses - apresentadas no Brasil
desde 1987: www.capes.gov.br
Biblioteca Digital de Teses e Dissertações - www.teses.usp.br
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PubMed - referências a 14 milhões de artigos biomédicos:
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SciELO - biblioteca eletrônica com periódicos científicos brasileiros:
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FONTE : http://netart.incubadora.fapesp.br/portal/midias/document.2005-05-15.1849051157
Por que as comunicações e as artes estão convergindo? "SANTAELLA"
by doassis — Për herë të fundit modifikuar 18/09/2005 14:28
Fichamento para aula
Por que as comunicacoes e as artes estao convergindo? Lucia Santaella
Ed. Paulus - 2005
- Ciente da polemica em torno da aproximacao conceitual entre arte e comunicacoes, a autora abre o livro a partir do pressuposto de que nao pretende considerar arte apenas as “belas artes” (pintura, escultura, musica, poesia e arquitetura) e comunicacao apenas aquela dita “de massa”.
- A partir dai, Santaella divide a comunicacao em eras: da comunicacao oral, escrita, impressa, de massa, midiatica e digital. Sendo que as ultimas tres serao as que interessam para a analise que pretende fazer ao longo do livro.
- Outro pressuposto assumido pela pesquisadora e’ que os meios de comunicacao sao insperaveis do modo de producao de uma epoca. E ainda: que foi a partir da Revolucao Industrial que se deu a ruptura entre cultura erudita e a cultura popular (pois comecaram a ser criadas as maquinas de criacao simbolica como fotografia e a prensa)
- Como especificades dos meios de comunicacao de massa, a autora aponta para o fato de serem “interssemioticos”, ou seja, empregarem elementos de imagem, som, texto, design e interpretacao para favorecerem a comunicacao. Eles formam a base para o que chama de “cultura das midias”.
- Foi tambem apos a indutrializacao, com as vanguardas e o modernismo, que as artes passaram a incorporar dispostivos tecnologicos como meios para sua producao. E tambem para a sua divulgacao. O impacto dessa mesma divulgacao e consequente popularizacao da arte teria levado a criacao de novos museus, a injecao de recursos financeiros e finalmente a absorcao da arte pela cultura oficial.
- Quando se fala em artes digitais, o fato de elas se desenvolverem nos mesmos ambientes que servem as comunicacoes torna as fronteiras entre as duas ainda mais porosas.
Cap. 2, no qual Santaella trata dos atritos e afinidades entre a fotografia e a arte.
- A autora aponta para o ensaio de Walter Benjamin,para quem “a invencao da fotografia destrruiu a aura da obra de arte, seus rituais magicos e religiosos, mas nao destruiu a arte, apenas transformou seu carater geral” (bem como nossos modos de ver a arte).
- A questao, para ela, nao e’ ‘se a fotografia e’ uma arte, mas se a arte se tornou fotografica”.
- Alguns exemplos de artistas e movimentos sobre os quais a fotografia teve influencia: Degas, Duchamp (impressao de presenca), suprematismo russo, dadaismo, arte pop (reproducao), performance (como instrumento de registro, inicialmente)...
- Santaella divide a cultura das imagens em tres paradigmas: pre-fotografico, fotografico e pos-fotografico. Enquanto no fotografico se pressupoe uma maquina e um objeto preexiste a sua imagem, no pos-fotografico as imagens sao sinteticas, numericas, resultados da transformacao de uma matriz numerica em pixels numa tela. Ocorre a “quebra dos principios da indexacao da fotografia”, resultado de possibilidades de manipulacao, modelacao e edicao das imagens. A foto representa. O computador simula. Eis uma crise da aparencia semelhante a mencionada por Margot Lovejoy, no cap. 7 de Art in the Electronic Age.
- Cap. 3, do cinema como um dos primeiros exemplos da imbricacao entre artes, comunicacao de massa, industria, pesquisa cientifica... Santaella cita Eisenstein com exemplo de matematico, engenheiro e “artista tecnologico”. Para a autora, a arte do cinema teve relacoes diretas sobre outros campos de criacao artistica, como a literatura, que viu sua estrutura narrativa ser reformulada em resposta as novas linearidades (ou nao) do cinema. Alem disso, inlfuenciou a TV e por ela foi influenciada.
- Santaella acredita no entanto que o cinema proporciona um “tipo de criacao para a qual a entronizacao dos museus e galerias esta, de saida e para sempre, vedada” (p. 35). Sera? O que seriam entao os exemplos de hipercinema, cinema expandido, interativo etc.?
- No cap. 4, a autora trata dos efeitos da industrializacao cultural na arte. E tambem do efeito inverso.
- A partir dos anos 60, movimentos como a pop arte, miminalismo, land art, performance e instalacao colocaram em cheque a ideia de que arte e’ pintura ou escultura. Ao contrario, diziam que a arte nao e’ so’ conteudo, mas contexto (social e politico)
- Para a pop arte, os objetos nao sao mais a representacao da natureza, mas da realidade urbana. A arte torna-se metaarte, propondo relacoes ambiguas com a cultura de massas, ora celebrando o consumo e as estrelas da midia, ora analizando e criticando. Nao se trata de apropriacao, mas de traducao semiotica, recontextualizacao, defende a autora.
- Evolucao do discutido no capitulo anterior, no cap. 5, Santaella aponta para a relacao da publicidade com a arte pop. Se esta “canibalizou” a primeira, nada mais justo que a publicidade tome volta emprestados os estilos, os modos de composicao (know how) ou o prestigio da arte. Argumento polemico, mas deveras oportuno para as discussoes eticas de remix e Creative Commons, por exemplo. Se eu me julgo no direito de remixar o que bem entender, nao tenho o direito de impedir que, mesmo comercialmente, outros facam uso do que eu criar...
- Cap. 6: pos-modernismo na arte. A partir dos anos 70, decreta-se o fim dos movimentos sucessivos, erupcao de movimentos artisticos simultaneos, contraditorios, paradoxais. Anos 80, a estetica kitsch de Jeff Koons.
- Cap. 7: entra mais a fundo no impacto das tecnologias de comunicacao digital sobre a arte. Fala do surgimento da videoarte como resposta a popularizacao da TV nos anos 60. De que os artistas tendem a trabalhar com as ferramentas hi e low tech que estejam disponiveis a mao, como foi o caso das filmadoras.
- Outro aspecto importante para nortear as discussoes de hoje, ja’ naquela epoca artistas ‘se renderam” as TVs para usarem seus estudios e transmitir seus trabalhos. Argumenta que “para desenvolver critica e’ necessario participar televisualmente dessa sociedade”.
- A autora toca, ainda que de passsagem, em outro tema interessante: as distincoes entre a videoarte e os promos musiciais (videoclipes) sao muito tenues. Ainda assim (e aqui reflito eu), como nao consideram Chris Cunningham, Michel Gondry e Spike Jonze artistas?
- Dado importante: Santaella lembra que,apesar de trabalharem com novas tecnologias, nao foi grande a resistencia a incorporacao do video na arte. Possiveis motivos: o custo baixo de suporte e exibicao e o fato de alguns artistas ja’ serem conhecidos das instituicoes (o que nao e’ exatamente o caso de boa parte dos artistas digitais hoje).
- No cap. 8, a autora trata das artes interativas (ou digitais), situando-as no paradigma pos-fotografico da imagem. Com a computacao grafica, um artista nao manipula materiais, mas tecnologia (“eletrons que brilham numa tela”).
- A mudanca de paradigma sugere que um artista nao deve mais ser reconhecido por sua genialidade, mas por sua “engenhosidade” (p. 62)
-Por outro lado, e’ necessario separar a arte digital do campo do entretenimento hi-tech. A chave: arte nao e’ utilitaria, deve responder sempre e em primeiro lugar a ideia de seu criador.
- Para analisar propriamente esse novo cenario, a autora pensa que uma “nova estetica e critica sao necessarias”, e estas devem ser capazes de romper as barreiras entre ciencia e arte (e arte e comunicacao, claro).
FONTE : http://netart.incubadora.fapesp.br/portal/Members/doassis/santaella01
A HISTÓRIA DO CORPO HUMANO (clique aqui)
cyborg na adaptação do nosso corpo aos meios de produção
A história do corpo humano
LUIZ SUGIMOTO
A economista Maria Cecília Donaldson Ugarte: "A relação entre corpo e trabalho é bem mais estreita do que transparece" (Foto: Antoninho Perri)A história do corpo humano é a história da civilização. A partir dessa analogia, a economista Maria Cecília Donaldson Ugarte estudou as transformações impostas ao corpo humano para adaptá-lo aos meios de produção, desde a Revolução Industrial até a Revolução da Informação dos dias de hoje, quando o homem aparece desenraizado da carne e dos ossos, em ambiente virtual. Tendo trabalhado por 11 anos como executiva na iniciativa privada, Maria Cecília voltou à vida acadêmica para perscrutar por dois anos e meio os caminhos do corpo, vivenciando experiências com psicodrama, criatividade corpórea e saúde mental no trabalho. Sua pesquisa resultou em dissertação de mestrado apresentada na Faculdade de Educação Física (FEF) da Unicamp, sob orientação da professora Maria Beatriz Rocha Ferreira.
Pesquisadora atuou como executiva por 12 anos
“Sempre estudamos a Revolução Industrial como um grande feito, sem considerar que houve uma exploração maciça e cruel da população. Foi a mais radical transformação da vida humana já registrada em documentos escritos, segundo Eric Hobsbawn, que deveria ser mais lido para fundamentação histórica”, afirma Maria Cecília Ugarte, referindo-se ao historiador cujos conceitos sustentam boa parte da dissertação. Ela lembra que antes da revolução, durante séculos, os corpos trabalharam integrados com suas ferramentas, como os teares, num urdir e tecer em ritmo natural, onde estavam presentes as sensações corporais, a imaginação e as emoções. “Podia-se parar, conversar, rir e recomeçar. Era o homo laborens, que estava em inter-relação com as pessoas, os objetos e a natureza”, observa.
Segundo a pesquisadora, o capitalismo na Inglaterra começou no lar, já por volta de 1750, com o trabalho de pai, mãe e filhos em favor de um empreendedor que fornecia a matéria-prima. Todas as casas tornaram-se fábricas em miniatura e foi justamente com este artesanato doméstico que se iniciou a transformação dos processos produtivos. “Aos poucos, o homo laborens foi dando lugar ao homo faber – termos criados por Hanna Arent. Quando a revolução chegou 30 anos depois, e se acelerou o processo de industrialização, as famílias foram retiradas de seu território e levadas para trabalhar nas fábricas, morando em cantos fétidos que marcaram o surgimento do meio urbano. A jornada de trabalho chegava a 14 horas. “Desterritorializada, a pessoa, antes vista por inteiro – mente, corpo e espírito –, perde o seu centro e fica nas mãos manipuladoras do poder. Foi um estrago impressionante”, diz Maria Cecília.
No entanto, a nova classe operária relutou em aceitar os relógios, o trabalho imposto não mais pela natureza, mas sim pelo ritmo das máquinas e da produtividade. “A formação do que Norbert Elias chamou de um novo habitus social levaria gerações. Portanto, a resistência foi grande, gerando bloqueios e conflitos”, observa a economista. Com a difusão dos motores a vapor e de novos métodos de produção, as cidades inflaram com o êxodo do campo e surgiu também o desemprego. A ciência avançava junto com a industrialização, mas crescia a população carente, subnutrida e com altos índices de mortalidade.
Século da fadiga – O historiador Anson Rabinbach caracteriza o século 19 como o século da fadiga e da neurastenia. Em The Human Motor, ele descreve o processo de construção do corpo e sua relação com o trabalho, dentro da visão da energética e do materialismo que permeavam a época. O homo-motor, para o autor, é uma metáfora da força de trabalho, ou seja, de que o corpo humano seria um reservatório como o das máquinas, capaz de converter energia em trabalho mecânico. Corpo, máquinas e natureza eram movimentos passíveis de ser medidos dentro das leis da dinâmica – e conseqüentemente dominados, submetidos a sistemas organizacionais cientificamente desenhados.
“Rabinbach considera que a modernidade industrial européia via-se sempre ameaçada pela subversão do fantasma da preguiça. O labor era pregado como um remédio contra os apetites dos sentidos e como um amigo da alma. Daí, a necessidade de ‘docilizar’ os corpos para que esquecessem seu estilo de vida arraigado desde os antepassados e se transformassem em uma força de trabalho produtiva e disciplinada”, explica Maria Cecília Ugarte.
The Human Motor mostra a ligação entre as novas ciências – fisiologia, educação física, ergonomia – objetivando a perscruta do corpo, num esquadrinhamento que vai embasar teorias até as chegadas do taylorismo e do fordismo, formas econômicas de divisão do trabalho. “Antes, achavam que o corpo era uma máquina capaz de trabalhar sem parar, bastando-lhe um pouco de comida e de descanso. Ignorava-se a segunda lei da entropia: que a energia se esgota a cada vez que se usa. A fadiga e a neurastenia tornaram-se uma verdadeira epidemia, principalmente na França e Alemanha, onde a resistência às inovações foi ainda maior”, conta Maria Cecília..
Esquadrinhamento – Ao final do século 19, portanto, já diminuía o discurso de que havia resistência ao trabalho por causa de indolência e preguiça. Higienistas, fisiatras, psicólogos, antropólogos do trabalho, médicos e políticos examinavam a tendência à preguiça, mas também passaram a reconhecer os danos do excesso de carga de trabalho, o que levou à defesa de reformas sociais com novas regulamentações e leis trabalhistas. “A idéia era de que a saúde da população precisava ser incentivada, mas visando aumentar a capacidade de resistência do corpo ao trabalho”, recorda a pesquisadora.
Médico, fisiologista e pioneiro em pesquisas na aviação, fotografia e cinema, Etienne-Jules Marey foi, também, quem realizou os primeiros estudos sobre os movimentos do corpo, em 1868. Inventou instrumentos de medição e pesquisou inicialmente os animais, principalmente os movimentos do cavalo (ritmo, duração e intensidade), além dos mecanismos de vôo de pássaros e insetos. Mediu depois o andar humano, na passada e na corrida. Suas descobertas extasiaram os especialistas, pois balizavam as pesquisas para uma ciência do trabalho, e também os artistas, porque significavam uma representação artística do movimento. O próprio Marey produziu instantâneos do movimento, criando o que chamou de ‘photochronographer’ e depois o ‘chronophotographo’.
Maria Cecília Ugarte observa que a educação física foi fundada nesse contexto, dentro da área médica, com novos aparatos para que os corpos adquirissem resistência física e mental na luta contra a fadiga e a neurastenia. Também apareceram os primeiros estudos de ergonomia. “A relação entre corpo e trabalho é bem mais estreita do que transparece superficialmente. O corpo é deslocado para deixar de pertencer a si mesmo e servir como uma máquina de produção”, resume a pesquisadora
***Os arquétipos do século XXI
Na opinião de Maria Cecília Ugarte, a chamada Revolução da Informação ou do Conhecimento também atinge o corpo humano de maneira brutal. Neste mundo do trabalho altamente mecanizado e informatizado, ela cita o sociólogo Francisco de Oliveira, que observa um salto em direção ao trabalho abstrato. “Os salários passam a ser atrelados à produtividade e não mais às horas de trabalho, dando margem à terceirização informal. É um ‘salve-se quem puder’ que tira do trabalhador o poder de lutar por seus direitos. Já que ele precisa sobreviver, sujeita-se. A exploração das pessoas, da sociedade e do ambiente prevalece sobre o sentido de comunidade e solidariedade. A fadiga e a neurastenia descritas por Rabinbach desdobram-se neste início de século em várias denominações como depressão, estresse, anorexia, bulimia, obesidade e dependência química”, afirma a pesquisadora.
Maria Cecília observa, ainda, que diante da relação tão íntima das pessoas com a tecnologia, o corpo já não é percebido como antes, parecendo desenraizado de si mesmo e esfumado em ambiente virtual. “Como disse a feminista Donna Haraway, em seu Cyborg Manifesto, ficou difícil saber onde nós acabamos e onde as máquinas começam. Para ela, ser cyborg não tem a ver com a implantação de bits de silício ou próteses sob nossa pele, mas com ir à academia de ginástica, a uma prateleira de alimentos energéticos e dar-se conta de estar em um lugar que não existiria sem a idéia do corpo como uma máquina de alta performance”, compara.
Na visão da pesquisadora, os atletas olímpicos são bons exemplos de que já “estamos cyborgs”. “Vencer a Olimpíada não depende simplesmente de correr mais rápido. Depende de toda uma interação entre medicina, dieta, práticas de treinamento, vestimentas especiais, fabricação de equipamentos, visualização e controle do tempo, e não raramente da utilização de drogas para melhorar a performance. Haraway também afirma que este é um mundo de redes entrelaçadas, humanas e maquínicas, que jogam conceitos como ‘natural’ e ‘artificial’ na lata do lixo”, avalia.
Depois de rever mais de 200 anos de história do corpo humano, Maria Cecília Ugarte julga que chegou a hora de parar para “pensar o corpo”, o quanto ele foi desprezado em nome da transcendência e manipulado em nome do capital. “Os efeitos da Revolução da Informação podem ser comparados aos do desenraizamento dos camponeses de suas terras no início da industrialização. Precisamos pensar onde ficaram as possibilidades de escolha, já que esta revolução é silenciosa para a população comum e excluída Do homo-motor aos cyborgs, nesta corrida atrás do progresso e da multiplicação tecnológica, devemos refletir e perguntar onde ficam as pessoas”.
FONTE : http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/julho2005/ju294pag09.html
O QUE É UM CIBORGUE?
Nota: Para outros significados de Ciborgue, ver Ciborgue (desambiguação).
Um Ciborgue é um organismo cibernético, isto é, um organismo dotado de partes orgânicas e mecânicas, geralmente com a finalidade de melhorar suas capacidades utilizando tecnologia artificial.
O termo deriva da junção das palavras inglesas cyber(netics) organism, ou seja, "organismo cibernético". Foi inventado por Manfred E. Clynes e Nathan S. Kline em 1960 para se referir a um ser humano melhorado que poderia sobreviver no espaço sideral [1]. Tal idéia foi concebida depois de refletirem sobre a necessidade de estabelecer uma relação mais íntima entre os seres humanos e máquinas, em um momento em que o tema da exploração espacial começava a ser discutido. Clynes transmitiu essa idéia escrevendo uma introdução para o livro Cyborg: evolution of the superman (1965) de D. S. Halacy, onde fala de "uma nova fronteira", não meramente espacial mas, mais profundamente, o relacionamento entre o "espaço interior" e o "espaço exterior" - uma ponte... entre a mente e a matéria [2]. Desenvolvedor de instrumentação fisiológica e de sistemas de processamento de dados, Clynes era o diretor científico do Laboratório de Simulação Dinâmica de Rockland State Hospital, em Nova York.
Os ciborgues típicos das obras de ficção científica, apresentam-se como uma síntese de partes orgânicas e artificiais e, geralmente, servem de mote para comparações entre o ser humano e a máquina, refletindo sobre temas como a moralidade, livre-arbítrio, felicidade, etc. Estes ciborgues podem ser representados como visivelmente mecânicos (por exemplo, os borgs em Star Trek, ou os cylons em Battlestar Galactica (1978) ou quase idênticos aos seres humanos (por exemplo, os cylons em Battlestar Galactica (2003). Muitas das obras sobre ciborgues tratam do desconforto e desconfiança crescente da sociedade diante do acelerado desenvolvimento tecnológico, particularmente quando usados para a guerra, e quando usados de maneira que possam ameaçar o livre-arbítrio.
Ciborgues reais, ao contrário do que foi dito no parágrafo anterior, seriam pessoas que utilizam tecnologia cibernética para reparar ou superar deficiências físicas e mentais em seus corpos. Por exemplo, uma pessoa que possui um membro mecânico entraria nesta definição.
HISTÓRIA
O conceito de uma mistura "homem-máquina" foi difundido na ficção científica antes da Segunda Guerra Mundial. Em 1908, Jean de la Hire criou o personagem Nyctalope (um dos primeiros super-heróis), na novela L'Homme qui peut vivre dans l'eau. Edmond Hamilton criou exploradores espaciais com uma mistura de partes orgânicas e mecânicas em sua novela The comet doom, em 1928. Criou mais tarde, Capitão Futuro, um personagem com conceitos parecidos. Em uma curta história chamada No woman born (1944), C. L. Moore escreveu sobre uma pessoa que teve todo o seu corpo queimado e cujo cérebro foi colocado em um corpo mecânico.
Como foi dito anteriormente, o termo foi criado por Clynes e Kline, em 1960, para se referir à concepção de um "super-humano" que poderia sobreviver em ambientes extraterrestres [5].
Um livro intitulado Cyborg: digital destiny and human possibility in the age of the wearable computer foi publicado por Doubleday em 2001. Algumas das idéias da obra foram incorporadas no filme documentário Cyberman.
FONTE :WIKIPÉDIA ,leia mais em : http://pt.wikipedia.org/wiki/Ciborgue
TIDD - PUC - SÃO PAULO - PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÂO EM TECNOLOGIAS DA INTELIGÊNCIA E DESIGN DIGITAL
O grupo interdisciplinar de professores envolvidos nesse programa começou a se integrar em 1998. Trata-se de professores provenientes de três diferentes Centros da PUCSP, o Centro das Ciências Exatas e Tecnologia, o Centro de Educação e o Centro de Ciências Humanas. Esse grupo considerou que o melhor caminho para começar a sistematizar e sedimentar, a nível interno (dentro da universidade) e externo (as relações da universidade com a sociedade), as atividades de ensino e pesquisa frente à revolução digital em curso estava primeiramente na criação de um curso de graduação interdisciplinar inovador, capaz de responder aos desafios tecnológicos atuais, aglutinando competências científicas, humanísticas, educacionais, artísticas e técnicas.
Dentro desse espírito, nasceu na PUCSP, em 1999, um curso de graduação interdisciplinar em Tecnologia e Mídias Digitais, abrindo-se em três habilitações: (1) Design de Interfaces, (2) Educação à Distância e (3) Arte e Tecnologia.
Na linha de continuidade dessa iniciativa interdisciplinar inovadora e visando à necessária integração da graduação com a produção e pesquisa em nível de pós-graduação, o mesmo grupo de professores projetou este programa de pós-graduação, mestrado, em Tecnologias da Inteligência e Design Digital, um projeto pioneiro no Brasil.
FONTE: http://www.pucsp.br/pos/tidd/proposta.html
Da cultura das mídias à cibercultura: o advento do póshumano - "SANTAELLA"
TECNOLOGIAS DO IMAGINÁRIO
Da cultura das
mídias à
cibercultura: o
advento do póshumano
RESUMO
Este artigo trata da questão do desenvolvimento das
tecnologias da informação e da comunicação e sua im pli ca ção
em todas as esferas da sociedade.
PALAVRAS-CHAVE (KEY WORDS)
- Tecnologias (Technologies)
- Complexidade (Complexity)
- Cultura das mídias (Media cultures)
Lúcia Santaella
JÁ ESTÁ SE TORNANDO lugar-comum afirmar
que as novas tecnologias da informação
e comunicação estão mudando não
apenas as formas do entretenimento
e do lazer, mas potencialmente todas
as esferas da so ci e da de: o trabalho
(robótica e tecnologias para escritórios),
gerenciamento político, ati vi da des militares
e policiais (a guerra ele trô ni ca), consumo
(transferência de fundos ele trô ni cos),
comunicação e educação (apren di za gem
a distância), enfi m, estão mudando toda a
cultura em geral. Para Ro bins e Webster
(1999, p. 111), se as forças do capital
corporativista e os interesses po lí ti cos
forem bem-sucedidos na introdução
sis te má ti ca dessas novas tecnologias – da
robótica aos bancos de dados, da internet
aos jogos de realidade virtual, então a vida
social será transformada em quase todos
os seus aspectos. O desenvolvimento
es tra té gi co das tecnologias da informática
e co mu ni ca ção terá, então, reverberações
por toda a estrutura social das sociedades
ca pi ta lis tas avançadas.
Tendo em vista a relevância das
re ver be ra ções que já se fazem presentes
e da que las que estão por vir, tenho
defendido a idéia de que nós, intelectuais,
pes qui sa do res e mestres, devemos nos
dedicar à tarefa de gerar conceitos que
sejam capazes de nos levar a compreender
de modo mais efe ti vo as complexidades
com que a re a li da de em mutação nos
desafi a. Este tra ba lho que aqui apresento
é parte do esforço que tenho desenvolvido
para ir ao encontro dessa tarefa. Prova
desse esforço está no meu livro recémlançado
Culturas e Artes do Pós-Humano.
Da cultura das mídias à ci ber cul tu ra (2003).(...)
(...) Nem mesmo McLuhan, com sua
cé le bre pro vo ca ção O meio é a mensagem
(1964), tão criticada há algumas décadas
e hoje trans for ma da em axioma para
todos os “plu ga dos”, chegou ao nível de
obliteração da linguagem que o fetiche das
mídias tem alcançado. Ao contrário, com
sua afi r ma ção, McLuhan estava justamente
se des vi an do da tendência comum nas
teorias da comunicação de sua época, que
separavam, de um lado, o modo como a
mensagem é transmitida, de outro lado,
o conteúdo da mensagem. Ao colocar
ênfase nos meios, McLuhan insistia na
impossibilidade de se separar a mensagem
do meio, pois a men sa gem é determinada
muito mais pelo meio que a veicula do que
pelas intenções de seu autor. Portanto, em
vez de serem duas funções separadas, o
meio é a men sa gem (Lunenfeld, 1999a, p.
130).
Do mesmo modo que essa frase de
McLuhan foi denegrida pelos amantes dos
conteúdos semânticos, sem que esses
crí ti cos tivessem se dado ao trabalho
de bem compreendê-la, hoje se fala
de mídia de ma nei ra atabalhoada, sem
a preocupação e compromisso com o
escrutínio das com ple xi da des semióticas
que as constituem.
Ora, mídias são meios, e meios, como
o pró prio nome diz, são simplesmente
mei os, isto é, suportes materiais, canais
físicos, nos quais as linguagens se
corporifi cam e através dos quais transitam.
Por isso mes mo, o veículo, meio ou mídia
de co mu ni ca ção é o componente mais
superfi cial, no sen ti do de ser aquele que
primeiro aparece no processo comunicativo.(...)
LEIA NA ÍNTEGRA EM:
http://revcom2.portcom.intercom.org.br/index.php/famecos/article/viewFile/229/174
ARTIGOS DE "SANTAELLA" - (clique aqui)
154. O CORPO NA ARTE: DOS ANOS 1970 À BIOCIBERNÉTICA ATUAL
em Metacorpos, Vitoria Daniela Bousso (org.). Paço das Artes/Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, 43-62.
155. O PAPEL DA ICONICIDADE DA LÍNGUA NA LITERATURA
em Literatura Scripta, vol. 7, no. 14, 1 o. semestre de 2004, 128-136. ISSN 1516-4039.
156. A POÉTICA ANTECIPATÓRIA DE AUGUSTO DE CAMPOS
em Sobre Augusto de Campos, Flora Sussekind e Julio Castanon Guimarães (orgs.). Rio de Janeiro: 7 Letras, 161-178. ISBN 85-7577-134-5
157. O QUE MATRIX NÃO MOSTRA: O CORPO SENSÓRIO-PERCEPTIVO DO CIBERNAUTA
em Corpo & Mídia, Bernardete Lyra e Gelson Santana (orgs.). São Paulo: Ed. Arte & Ciência, 77-94. ISBN 85-7473-130-7
158. OS DESAFIOS DO PÓS-HUMANO
em Communicare vol. 4, no. 1, 1 o. semestre de 2004, 17-26. ISSN 16-76-3475
159. O PAPEL DA MUDANÇA DE HÁBITO NO PRAGMATISMO EVOLUCIONISTA DE PEIRCE
em Cognitio vol. 5, no. 1, janeiro-junho de 2004, 73-83. ISSN 1518-7187
160. O CORPO COMO SINTOMA DA CULTURA
em Comunicação, Mídia e Consumo vol 1, ano 1, no. 2, 139-157. ISSN 1806-4981
161. GAMES E COMUNIDADES VIRTUAIS
em Hiper. Relações Eletro-Digitais, Vitoria Daniela Bousso (org.), São Paulo: Paço das Artes, 116-122.
162. ANTECEDENTES DA ALINEARIDADE NAS MÍDIAS MOSAIQUICAS
em Cultura em Fluxo. Novas mediações em rede, André Brasil et al. (orgs.), 26-35. ISBN 85-86480-38-X
163. SUJEITO, SUBJETIVIDADE E IDENTIDADE NO CIBERESPAÇO
em Derivas. Cartografias do ciberespaço, Lucia Leão (org.), 45-54. ISBN 85-7419-456-5
164. UM PAÍS COM DUAS BANDEIRAS
em A alma da marca. Petrobrás, significado e potencial comunicativo, de Carmem Carril, São Paulo: Ed. Anhembi-Morumbi, São Paulo: Ed. Annablume, 15-17. ISBN 85-87370-18-9
165. PREFÁCIO
em Signos da Marca. Expressividade e sensorialidade, de Clotilde Perez, São Paulo: Thomson, 3-4, ISBN 85-221-0442-5
FONTE : http://www.pucsp.br/~lbraga/fs_publ_artg.htm
A COMUNICAÇÃO AUTO-REFERENCIAL NAS MÍDIAS: O PAROXISMO DA REFLEXIVIDADE NOS JOGOS ELETRÔNICOS - "SANTAELLA"
Referência: 306099/2003-9
Vigência: 03/2004-02/2007
Maria Lucia Santaella Braga-Pesquisadora I-A
Equipe: 2 bolsas de IC e 1 bolsa de apoio técnico
TÍTULO:
A COMUNICAÇÃO AUTO-REFERENCIAL NAS MÍDIAS: O PAROXISMO DA REFLEXIVIDADE NOS JOGOS ELETRÔNICOS
Resumo:
Uma das temáticas mais recorrentes na teoria e na crítica à comunicação situa-se na problemática da auto-referencialidade ou reflexividade das mídias. A auto-referência, a autocitação ou a reflexividade são as características marcantes da cultura pós-moderna e da cultura digital. Em vez de se referirem a um evento ou a um fato ocorrido no mundo, a imprensa, os filmes, a TV e até mesmo a propaganda referem-se a si mesmos. Esse fenômeno parece estar se expandindo como consequência do desenvolvimento das novas mídias digitais e da digitalização dos meios tradicionais. Não obstante a onipresença da auto-referencialidade nas mídias, tema obrigatório nas mais influentes críticas e teorias da comunicação contemporânea, como, por exemplo, Bourdieu (1997), Sfez (1994), Baudrillard (1990 e 1997), Luhmann (1984), Sodré (2002); não obstante os fortes indicadores de que se trata aí de uma questão semiótica, surpreendentemente essa problemática não foi ainda estudada sob um ponto de vista semiótico. Mais surpreendentemente ainda, são raros os estudos empíricos sobre essa questão. Tendo isso em vista, o projeto aqui proposto visa cobrir as duas lacunas apontadas acima. E mbora autônomo, este projeto estará em diálogo -- graças ao convênio firmado entre a Universidade de Kassel e a Pucsp -- com um projeto de pesquisa muito maior sobre o mesmo tema que está se desenvolvendo no IAG (Interdisziplinäre Arbeitsgruppe) Kulturforschung, da Universidade de Kassel, sob a coordenação de Winfried Nöth e contando com a participação de vários pesquisadores, sob os auspícios do DFG (Deutsche Forschungsgemeinschaft). (...)
LEIA NA ÍNTEGRA EM : http://www.pucsp.br/~lbraga/fs_proj_pros.htm
A PRODUçãO E DISSEMINAÇÃO DA PESQUISA NA ERA DIGITAL. - "SANTAELLA"
TÍTULO DO PROJETO: A PRODUçãO E DISSEMINAçãO DA PESQUISA NA ERA DIGITAL.
1. Contextualização geral de todos os projetos apresentados neste processo de multi-usuários
Um número crescente de textos científicos, revistas especializadas e mesmo livros não está mais sendo editado em papel, mas encontra-se agora disponível on line para assinantes dotados de um modem, uma linha telefônica e acesso a redes internacionais de tipo internet. A mais nova geração de editores de textos já não pode mais ser encarada como uma mera ferramenta para auxiliar a escrita, mas como uma mídia nova, híbrida, multimídia, completa em si mesma, uma vez que permite acrescentar aos textos um certo número de elementos áudio-visuais (voz, música, sons, imagens em movimento) que não podem mais ser impressos em papel.
O desenvolvimento dessas linguagens híbridas (som, imagem e verbo: cores, luzes, formas, movimentos), nas gravações digitais de som, imagem e palavra oral e escrita dos CD-ROMS e das mensagens via Rede, eminentemente interativas, inaugura novos canais de comunicação. São canais ainda não sedimentados, em ebulição. Vários segmentos da sociedade, especialmente aqueles voltados para a comunicação, tais como empresas jornalísticas e editoriais apressam-se em explorar comercialmente esses novos suportes comunicacionais. Diante desse quadro, cabe aos cursos de comunicação das universidades, principalmente nos seus programas de pós-graduação, investigar esses novos meios, não apenas a nível teórico, mas também prático e criativo, funcionando como uma central avançada de produção, sinalizando caminhos e apresentando questões que as empresas de informação, entretenimento e lazer não são capazes de enxergar ou não tem por função desenvolver.
Quais são as características das novas linguagens multi e hipermídia e dos novos canais que as veiculam, que tipo de conhecimento e de informação elas são capazes de criar e de veicular, que transformações elas podem trazer para a produção e disseminação da pesquisa, que potencial estético elas apresentam, quais os impactos sócio-culturais que estão aptas a produzir, enfim, que projetos inovadores podem explorar a multi e hipermídia como linguagem? Essas são perguntas que necessitam ser enfrentadas por institutos e centros de pesquisa em comunicação, tais como os programas de pós-graduação.
Tendo isso em vista, o programa de pós-graduação em Comunicação e Semiótica da PUCSP (COS-PUC), que já conta com um laboratório visual, desde 1989, e um laboratório de música eletroacústica, desde 1992, contando, também com uma equipe de primeira qualidade de pesquisadores em formação, especialistas em imagem e som, deu início a projetos de pesquisa em multimídia, hipertexto e hipermídia há alguns anos, sob a coordenação de Arlindo Machado e Lucia Santaella. (...)
LEIA NA ÍNTEGRA EM : http://www.pucsp.br/~lbraga/fs_proj_fina.htm
FUNDAMENTOS BIOCOGNITIVOS DA COMUNICAÇÃO. APLICAÇÕES NOS PROCESSOS DE NAVEGAÇÃO NO CIBERESPAÇO. "SANTAELLA" - CNPQ
Os resultados do projeto constam do livro
Santaella, Lucia (2004). Navegar no ciberespaço: O perfil cognitivo do leitor imersivo. São Paulo: Paulus.
Apoio CNPq, ref.: 522903/96-7 (NV)
PROJETO INTEGRADO
Dra. Maria Lucia Santaella Braga
TÍTULO DO PROJETO:
FUNDAMENTOS BIOCOGNITIVOS DA COMUNICAÇÃO. APLICAÇÕES NOS PROCESSOS DE NAVEGAÇÃO NO CIBERESPAÇO.
EQUIPE DE PESQUISADORES
I. COORDENAÇÃO GERAL E ELABORAÇÃO DOS FUNDAMENTOS TEÓRICOS DO PROJETO: PROFA. DRA. MARIA LUCIA SANTAELLA BRAGA, PUCSP
II. SUB-COORDENAÇÃO E ELABORAÇÃO DOS CONCEITOS DE HIPERMÍDIA: PROF. DR. SÉRGIO BAIRON
III SUPERVISÃO TÉCNICA DO PROJETO: UM BOLSISTA DE APOIO TÉCNICO
III. ASSESSORIA À COORDENAÇÃO
IV. 3 BOLSISTAS DE APERFEIÇAMENTO
3 BOLSISTAS DE INICIAÇÃO
1. RESUMO DO PROJETO:
Tendo por objeto de estudo as redes comunicacionais da teleinfromática, este projeto parte da hipótese de que essas redes não se fazem mais entender sob um ponto de vista meramente tecnológico, exigindo, ao contrário, investigações situadas nas interfaces complexas da biologia com simulações computacionais e a interatividade cérebro e máquina. A partir do levantamento de alguns dos fundamentos bio-cognitivos da comunicação, este projeto visa estudar as transformações perceptivas-cognitivas implicadas nos processos de navegação no ciberespaço
2. ANTECEDENTES E CONTEXTO INSTITUCIONAL DO PROJETO
Em 1987, há quase dez anos, o programa de pós-graduação em Comunicação e Semiótica da PUCSP, naquela época um programa de pequeno porte, contando com cerca de 70 alunos de mestrado, e menos de uma dezena de doutorandos, deu início a um processo que, desde então, tem crescido e se sedimentado: a organização de grupos coletivos de pesquisa de grande porte capazes de romper com o individualismo e formalismo das velhas formas de produção acadêmica restritas a aulas, seminários, monografias, tudo isso se canalizando para a defesa de uma dissertação ou tese.
Sem negar a importância do trabalho intelectual individual, já naquele tempo, alguns dos professores e também alunos do programa, alimentados por discussões que a CAPES estava levantando, colocavam a necessidade de que um programa de pós-graduação fosse capaz de criar meios de intercâmbio, confronto e debate, especialmente meios de produção coletiva que fossem capazes de estimular, alimentar a pesquisa de cada um através de compromissos coletivamente assumidos e das trocas que um tal tipo de pesquisa traz.
Foi assim que nasceu em 1988, o projeto coletivo, Imagens técnicas: do mundo mecânico-industrial ao mundo eletrônico pós-industrial. Implicações estéticas, culturais e epistemológicas, sob coordenação de Lucia Santaella e Arlindo Machado. Aprovado pela FINEP, esse projeto trouxe ao programa um pequeno laboratório de computação gráfica, o primeiro a existir em uma universidade brasileira, no qual foram geradas também as primeiras pesquisas universitárias sobre computação gráfica, inclusive a primeira dissertação brasileira sobre computação gráfica, de autoria de Rejane Caetano Augusto, com orientação de Lucia Santaella, em 1989. O laboratório era pequeno, mas, sem dúvida, serviu como mola propulsora para uma nova dinâmica de pós-graduação que vem sendo implantada com sucesso cada vez maior no programa.
Tendo terminado o projeto da Finep, os mesmos coordenadores, mas agora acompanhados de novos professores e pesquisadores, deram início a um outro projeto temático, de maior porte e maior ambição, este dirigido à FAPESP, sob o título de Avanços tecnológicos e novas gramáticas da sonoridade: implicações estéticas, culturais e epistemológicas. Esse projeto trouxe ao programa um laboratório de música acústica de nível internacional que atraiu para a PUCSP pesquisadores em música eletro-acústica de qualidade.
Com a infraestrutura acima descrita e os grupos de pesquisa que dela tiram proveito para a realização de projetos coletivos, realizaram-se no programa os primeiros livros e trabalhos em CDROM produzidos em universidades brasileiras (Ensaios sobre a contemporaneidade, de Arlindo Machado, Eisenstein, multimídia, de Arlindo Machado e equipe, Mário de Andrade, de autoria de uma equipe de pesquisadores artistas e Mallarmé, também de uma equipe de pesquisadores artistas. Estão em progresso um livro de contos em CDROM, de autoria de Lucia Santaella, além de outros projetos em fase de elaboração. Foi também na Comunicação e Semiótica da PUCSP que foi defendida a primeira tese em CDROM do país, de autoria de Tania Fraga e orientação de Arlindo Machado, em maio de 1995.
O número de projetos sonoros já realizados e em realização no laboratório de som chega a algumas dezenas.
Enfim, já existe uma larga tradição no programa de COS para a realização de projetos de pesquisa sobre e com novas tecnologias, o que tem sido facilitado pela existência de laboratórios específicos para essas pesquisas, além de um grande número de pesquisadores dispostos para as tarefas de um trabalho colaborativo.
Estando o projeto integrado sobre multimídia, apoiado pelo CNPq, sob a coordenação de Lucia Santaella, em fase final de realização, conforme pode ser atestado pelo relatório parcial que foi entregue ao CNPq, temos agora condições de enfrentar um projeto de pesquisa um pouco mais complexo, na área das tecnologias da comunicação, respaldado em resultados obtidos e a partir de novas questões que foram surgindo no projeto anterior.
3. CONTEXTO GERAL E JUSTIFICATIVA DA PESQUISA
Nas palavras de Joël de Rosnay (1997: 29), estamos vivendo neste final de século um verdadeiro choque do futuro resultante sobretudo dos avanços das ciências físicas e biológicas. Enquanto a física e a eletrônica levaram ao desenvolvimento da informática e das técnicas de comunicação, a biologia levou à biotecnologia e à bioindústria. Estamos, sem dúvida, entrando numa revolução da informação e da comunicação sem precedentes que está desafiando nossos métodos tradicionais de análise e de ação.
No cerne dessas transformações, os computadores e as redes de comunicação passam por uma evolução acelerada, catalisada pela multimídia, hipermídia, a digitalização e a compressão dos dados. Alimentada com tais progressos, a internet, rede mundial das redes interconectadas, explode de maneira espontânea, caótica, superabundante. Nesse mesmo ambiente técnico e científico, emergem setores inquietantes, tais como a realidade virtual e a vida artificial.
Cérebros humanos, computadores e redes interconectadas de comunicação ampliam, a cada dia, um ciberespaço mundial no qual todo elemento de informação encontra-se em contato virtual com todos e com cada um, tudo isso convergindo para ‘a constituição de um novo meio de comunicação, de pensamento e de trabalho para as sociedades humanas’, enfim, de uma nova antropologia própria do ciberespaço (Lévy 1998: 12).
Segundo Lévy (ibid.: 13), a fusão das telecomunicações, da informática, da imprensa, da edição, da televisão, do cinema, dos jogos eletrônicos em uma indústria unificada da multimídia é o aspecto da revolução digital que tem sido mais enfatizado. Entretanto, esse não é o aspecto mais importante. A par dos aspectos civilizatórios, tais como novas estruturas de comunicação, de regulação e de cooperação, linguagens e técnicas intelectuais inéditas, modificação das relações de espaço e tempo etc., o mais importante está no fato de que a forma e o conteúdo do ciberespaço ainda estão especialmente indeterminados. Diante disso, não se trata mais de raciocinar em termos de impacto (qual o impacto das infovias na vida econômica, política, cultural, científica?), mas em termos de projetos.
A proposta de pesquisa que aqui se segue, insere-se dentro dessa perspectiva: estamos buscando raciocinar através de um projeto voltado para um tópico específico e especializado da revolução bio-cibernética que apresenta relevância para a área da comunicação.
O foco do projeto se dirige, em primeiro lugar, para a noção das redes de comunicação. Partimos da hipótese de que se trata de uma noção que não se faz entender à luz de uma visão estritamente tecnológica. Tanto é assim que o funcionamento das redes de comunicação apresenta semelhanças com o comportamento do sistema nervoso, do sistema imunológico, podendo ser simulado através de programas computacionais que estão no centro das preocupações dos cientistas de inteligência artificial. A compreensão desse funcionamento parece exigir, portanto, a interface e cooperação da pesquisa em comunicação com algumas disciplinas, tais como as ciências cognitivas, as ciências da informação, inteligência artificial e a biologia que, a despeito da especificidade de cada uma, estão lidando com questões que são, antes de tudo, questões comunicacionais. As ciências da comunicação tem, portanto, muito para dar e receber nesse convergência.
Assim sendo, o projeto aqui proposto, principalmente na parte de seus fundamentos, enquadra-se naquilo que Lucien Sfez (1994: 11) caracteriza como o núcleo epistemológico da comunicação ‘que reúne em torno de pontos comuns grande diversidade de saberes: biologia, psicanálise, mass media studies, instituições, direito, ciência das organizações, inteligência artificial, filosofia analítica etc. Esses conceitos comuns às ciências da comunicação parecem dever constituir pouco a pouco os elementos de uma forma simbólica em gestação’.
Essa mesma linha de argumentação foi utilizada por Eliseo Verón na apresentação da coleção de publicações na área de comunicação sob o título de ‘El mamífero parlante’ da editora Gedisa (Buenos Aires, Barcelona, México), por ele dirigida. Ao consagrar o ‘Mamífero parlante’ à difusão de teorias e investigações no campo das ciências da comunicação, Verón explica que ‘o plural ciências, frequentemente utilizado, expressa indiretamente a complexidade de tal campo. Não dizemos ciência da comunicação nem comunicologia, porque não se trata de uma disciplina, mas de um cruzamento de múltiplas problemáticas correspondentes a disciplinas tradicionalmente diferenciadas. As ciências da comunicação constituem hoje em dia um nó transdisciplinar, no campo das ciências brandas, comparável ao nó das ciências cognitivas, no território das ciências duras’. Em função disso, Verón justifica a presença na coleção de uma ótica antropológica aplicada às sociedades urbanas, de uma ótica epistemológica, semiótica, sociológica, histórica, cognitiva, política, todos esses modos pertinentes de acesso aos fenômenos da comunicação, em particular aqueles associados à emergência e funcionamento de tecnologias mediáticas.
O projeto aqui proposto insere-se em um nó transdisciplinar como foi nomeado por Verón, assim como visa à gestação da forma simbólica de que fala Sfez. Evidentemente não estaremos lidando com todas as disciplinas mencionadas por ambos, mas apenas com aquelas que contribuem mais diretamente para o encontro de respostas à questão comunicacional básica que o projeto interroga, como se verá a seguir.(...)
LEIA NA ÍNTEGRA EM : http://www.pucsp.br/~lbraga/fs_proj_fina.htm
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Este site é sobre aprendizagem e troca de habilidades e conhecimento auto-direcionados e para toda a vida, baseado em acordos individuais. Nossas páginas wiki servem para tornar mais visível a existência de maneiras alternativas de aprendizagem além das instituições educativas tradicionais, e para ajudá-l@ a encontrar locais de aprendizagem e pares para compartilhamento de habilidades. A Travelling School of Life é um processo em andamento. Você pode participar do desenvolvimento - como no Software Livre; mas na vida real. ... leia mais
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